quarta-feira, 1 de julho de 2009

A PARTIDA - O FILME


Tratar a morte como símbolo de vida é um desafio tão grande que muita gente prefere mantê-lo como um tabu a ser trancafiado em sete chaves. Mas o belíssimo filme japonês ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano e que está em cartaz em alguns cinemas alternativos da cidade de São Paulo é uma excessão. Ao retratar a história de um jovem violoncelista desempregado que começa a trabalhar como embalsamador de corpos na sua cidade natal emociona pela história bem amarrada e pela forma como é encarado essa obscuridade abstrata da vida.
E surpreende por mostrar o quanto de vida há nos rituais fúnebres e a singela ideia de que o último desejo de quem parte é ir bonito e sorridente. Apesar do triste ambiente melancólico e sentimental há espaços para algumas cenas que envolve humor e descontração no telespectador.
O filme merece ser aplaudido em pé porque nos põe a frente de uma sociedade japonesa capaz de condenar um trabalho que deveria ser tão comum a todos os vivos e nos ensina a reconhecer a morte não como o fim de uma vida, mas uma passagem para um outro estágio onde devemos chegar com elegância e alegria.
Para quem quiser assistir, ele está em cartaz no Espaço Unibanco de Cinema da Augusta, sala 5, com projeção digital às 21h20.

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