quinta-feira, 18 de junho de 2009

SEM HOMOFOBIA, MAIS CIDADANIA E ISONOMIA DOS DIREITOS

A intolerância marcou o final da 13º Parada do Orgulho Gay em São Paulo. Foram mais de 50 pessoas agredidas, sendo uma delas fatal.
Marcelo Campos Barros de 35 anos, morreu ontem por conta de um traumatismo crâniano. Ele estava internado na Santa Casa de Misericórdia desde domingo, depois de ser vítima de um espancamento.
Justamente na manifestação contra o fim da homofobia, a favor da cidadania e da isonomia dos direitos e contra a obstrução da tramitação no Senado Federal do PLC 122/2006 que criminaliza a homofobia, as cenas que se seguiram após a Parada demonstraram que a violência e a discriminação em função da diversidade sexual não respeita sequer a democracia institucional de reivindicar e protestar.
Oxalá que esse fato lamentável chame a atenção da sociedade civil e do legislativo brasileiro para a necessidade da igualdade de direitos. A começar pela criminalização da discriminação ou preconceito de gênero, sexo,orientação sexual e identidade de gênero, conforme reivindica o movimento LGBT, incluindo-os na lei 7.716/89 que já torna crime o preconceito de raça, cor e nacionalidade.
No próximo sábado dia 20 a Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT), junto com o grupo Corsa, o Fórum Paulista LGBT e ativistas independentes realizarão uma manifestação contra a homofobia a partir das 19 horas, na avenida Dr. Vieira de Carvalho.

Segue abaixo a nota oficial que a APOGLBT divulgou nessa semana:

Considerando as manifestações homofóbicas ocorridas em locais de freqüência de LGBT após a realização da XIII Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo vem a público manifestar sua indignação e esclarecer que:

a. Como entidade organizadora da Parada, a Associação da Parada trabalha em parceria com a Polícia Civil e Militar para evitar situações de violência e desrespeito à legislação vigente, o que sempre fez da Parada uma atividade pacífica e com baixos índices de ocorrências relativamente às proporções da manifestação;

b. Como entidade ativista pelos direitos LGBT, a Associação da Parada considera que os atos marcadamente homofóbicos que ocorreram após o evento, como o espancamento na rua Frei Caneca e o arremesso de uma bomba de um condomínio na Avenida Dr. Vieira de Carvalho, são expressões da homofobia a que estão submetidos cotidianamente LGBT na cidade de São Paulo e no Brasil. Pesquisas como a recentemente divulgada pela Fundação Perseu Abramo trazem dados que revelam um país marcadamente homofóbico (na pesquisa divulgada pela FPA, 92% de entrevistados em 150 municípios espalhados pelo país reconheceram que existe preconceito contra LGBT e cerca de 28% reconheceram e declararam seu preconceito);

c. Consideramos, ainda, que os casos ocorridos se revestem de especial gravidade, sobretudo pelo significado que adquirem ao atingir integrantes de uma comunidade altamente estigmatizada e violada em seus direitos no dia em que se manifesta em favor do reconhecimento desses direitos;

d. Assim sendo, reiteramos nosso clamor, expresso também por via de Ofício encaminhado pela Associação da Parada, para que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo atue com afinco e rigor na apuração dos fatos e na punição dos autores de tais atos de violência;

e. Conclamamos, junto a outros grupos LGBT, entidades da sociedade civil da cidade e do estado de São Paulo, ativistas independentes, a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e a população solidária a comparecer à manifestação “Homofobia, Basta! Justiça, já!”, que ocorrerá no próximo sábado 20 de junho, na Av. Dr. Vieira de Carvalho, a partir das 19 horas.

Diretoria da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo.

São Paulo, 16 de junho de 2009.

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