sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!


Queridos Amigos,
Mais um ano que se acaba e eu me sinto orgulhoso de poder ter mantido este vínculo com vocês meus leitores e ao mesmo tempo sei que deixei muito a desejar já que nem sempre foi possível dar uma maior atenção ao blog.
2010 foi um ano atípico na minha vida. Cheio de crises e conflitos internos, externos, buscas e incompreensões. O tempo passou e eu sequer percebi, apenas acompanhei e me movimentei conforme as situações me levavam. Faltou um pouco mais de determinação, segurança e até uma certa auto-confiança.
Eu queria escrever algo melhor elaborado mas estou sem inspiração poética e por isso digo com toda a simplicidade da escrita cotidiana o bom e velho ditado "Não há mal que dure para sempre", no entanto, estou confiante no ano que começará daqui a pouco e quero passar esse otimismo a todos vocês que me acompanham.
Faço minhas preces aos orixás que tanto amo e que fazem da minha fonte o meu refúgio para que eles iluminem o ano novo de todos.
FELIZ ANO NOVO!

domingo, 26 de dezembro de 2010

UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O NATAL



Ontem foi Natal.Uma festa com muita comida e bebida, presentes,desfile de modas,alegria exacerbada, fogos, músicas altas que se misturavam matando o silêncio da noite que deveria bater o sino pequenino de Belém. Imaginem se ainda o sino batesse, ninguém ouviria. É a tal noite feliz onde o menino Jesus deveria dormir serenamente. Mas as ruas estavam cheia de gente fazendo o máximo de barulho possível. Papai Noel vai ficando cada vez mais em segundo plano, o que não deixa de ser um alívio para as crianças que não ganham presente nesta data porque o tal bom velhinho não dá conta de entregar todos eles e sempre começa pelos mais ricos.
A missa do galo já nem sei se existe mais porque ninguém pára e assiste. Preferem se divertir ao som de Ivete Sangalo. Acho que o Natal está virando uma grande festa pagã. Não vai ser de espantar se vermos daqui a alguns anos um desfile de Natal com escolas de sambas e mulatas se exibindo em nome da paz universal. Enfim, para os que apreciam desejo UM FELIZ NATAL!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

UMA SUGESTÃO - LEITURA DO BLOG DO TIAGO


Eu estava lendo o Blog do Tiago e encontrei um texto muito interessante que ele escreveu no final de 2009 e que muito me tocou pela reflexão que ele propõe. O blog do Tiago foi um dos primeiros que eu coloquei na coluna do Vale a Pena Acessar e sugiro aos meus leitores que o visitem porque ele é muito interessante.Parabéns meu querido amigo Tiago pela sensibilidade e talento para escrever. Leia abaixo:

31/12/2009 - 19:09:34



Para os que vierem a me amar em breve...

"É melhor ser desprezado por viver com simplicidade do que ser torturado por viver em permanente simulação." (Sêneca)

E complemento dizendo que pior ainda é não desejar ou não se permitir ver a Vida por outro ângulo e se torturar mantendo uma simulação de Ser realizado. Mais ou menos que nem a estória do cachorro que se deita sempre em cima de um mesmo prego, sem reclamar, pois a casinha é confortável e ao menos lá dentro não chove...

Isso é terrível... Coisas que tentamos salvar muitas vezes não merecem ser salvas.

Eu adoro citações, embora confesse que, Santo Google, algumas vezes não saiba muito sobre o autor em questão. Não é o caso dessa vez e tem se tornado cada vez mais raro não saber nada sobre determinado suposto autor. Foi assim que surgiram nomes que passaram a fazer parte da minha memória e em tempos de rapidez no acesso à informação só não aprende quem não tem banda larga... Além disso eu leio muitos livros, sobre tudo o que me interessa e também sobre algum assunto que não me interesse tanto. Penso que preciso saber sempre mais e incentivo as pessoas a fazerem o mesmo. Saber não ocupa espaço. É do meu perfil essa coisa do conhecimento.

E foi esse o foco da minha Vida em 2009 - estudar, ler e pesquisar, fazer cursos que me trouxessem uma nova visão de mundo. Buscar compreender o outro. Em especial no segundo semestre quando passei a ter mais tempo para mim, após me desligar de um emprego que vinha há algum tempo me consumindo a doçura e o prazer dos dias.

Nesse aspecto 2009 foi espetacular.

Penso que quando a gente se propõe a ampliar a nossa visão do mundo, buscando a compreensão de pontos de vista discordantes, começa a perceber que há muito mais do que se imagina e se questionar o quanto desnecessário pode ser argumentar as nossas supostas verdades. Ou rebater os argumentos dos outros... Que essas divergências podem ser complementares ao nosso modelo de Vida.

Se eu estiver sempre com as mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas, por mais que goste delas, acabo fadado a estagnação. E essa palavra me dá calafrios. Quando a gente busca sair da zona de conforto é um bom sinal. E infelizmente conheço muita gente que cristalizou, faz as mesmas coisas há décadas e está cada dia mais infeliz, reféns que se tornaram de si mesmas. Mas que muitas vezes não admitem isso...

É do meu perfil gostar de conhecer pessoas novas. E é uma habilidade que tenho encontrar o tom certo ao tratá-las. Nem sempre acerto, é lógico, muitas vezes dou foras homéricos e erro feio. Tenho várias tribos, em algumas sou eu mesmo e nas outras também. Pois o "eu mesmo" tem muitas faces, todas reais.

Nem sempre encanto, às vezes espanto com a minha visceralidade, mas como disse um amigo uma vez: "Passar pelo Henrique e não ampliar a visão de mundo é impossível".

Ame-me ou deixe-me em paz, pois é também do meu perfil me enjoar de algumas pessoas. Perdeu minha admiração já elvis! E esse meu enjoar pode demorar quinze minutos ou vinte anos. Nada é para sempre. De tempos em tempos faço mesmo uma limpa, uma limpa no armário me livrando de roupas que usei no passado e que não me caem mais bem. Assim livro cabides para roupas novas e que reflitam o meu momento atul. Da mesma forma uma limpada na agenda de vez em quando vai bem.

E 2009 foi um ano de rever com quem eu quero estar. Deixei de ira a festas por não querer estar com aquelas pessoas, deixei de ligar para quem não me importa mais, deixei de lado aquele aborrecido tom do politicamente correto, liguei o foda-se e segui meu caminho, deixei para trás hábitos que não condizem mais com o cara que sou hoje.

Isso é evolução. Esse ano foi um ano de surpresas, algumas bem doloridas, mas foi um ano de reiterar o "eu sou".

E por conta dessas e de outras estarei entrando em 2010 melhor do que entrei em 2009. Que já foi melhor que 2008. Estou com a alma mais leve, com bem menos culpas e com poucos, bem poucos rancores. Embora aos olhos dos descartados eu seja o rancor em pessoa.

E essa limpeza mental me faz crer que serei amado por muita gente em 2010.

Algumas eu sequer conheço.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

RELEITURA - A MORTE DE CADA MINUTO


A 2 anos atrás eu escrevi um post onde citei Clarisse Lispector e o sentido do morrer ou então os vários sentidos do "morrer". Achei ele muito interessante porque me parece muito atual e então resolvi postá-lo novamente para que os leitores mais novos tenham a oportunidade conhecê-lo. É uma retrospectiva de 2008.

A MORTE DE CADA MINUTO
Dias desses eu estava pensando numa frase que hoje voltei a lembrar. A escritora Clarisse Lispector certa vez disse numa entrevista o seguinte, "Eu morro. Toda vez que não escrevo, eu morro. E hoje estou morta!". Eu nunca mais esqueci essa cena e essas frases.
Comecei a perceber, diante das palavras proferidas pela escritora, que eu morro a cada dia por deixar de fazer o que quero, de atender as minhas vontades, minhas luxúrias, saberes, minhas honrarias dignas e até as minhas vaidades. Como eu morro quando não sou capaz de me identificar com aqueles que se assemelham tanto a mim. É, essas são frases que nem sempre fazem tanto sentido como deveriam, mas nos joga na fogueira do pensamento ou dos pensamentos em busca de diáfanas explicações mundanas.
Mas para os que bem sabem da morte e não se deixam levar pelo seu sentido de perda, o nascer é que acaba se tornando o grande mistério.
Uma fonte de onde se brota a cada momento uma nova vida e é de vida que vivemos e talvez eu conclua, diante desse pensamento nem tão organizado como se pretendia, que se eu morro a cada instante em que não consigo me realizar é porque a cada instante existe um nascer cheio de vida querendo me tomar e que pela perfeição universal eu sou limitado, ou seja, pouco espaço para muito mundo. Então, para que um novo mundo me entre, com seus mistérios e saberes, devo me admitir a morrer. Sempre!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

QUEM MORRE?



Pablo Neruda

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A MORTE, OS FANTASMAS E A SOLIDÃO


Diante da morte o que me assombra é a solidão provocada pelos fantasmas que te roubam de mim. São eles que me levam à guerra. A morte é só uma passagem, compreensível. Agora os fantasmas, esses não morrem nunca, vivem de ocasião a ocasião tentando me desestabilizar, me fazer de louco, acabando de maneira lenta e dolorida com a minha segurança. Não há mais nada a pensar, a construir e a acreditar senão na solidão que sinto quando me deparo com os seus fantasmas, desejos, projetos e futuro. Ficar frente a frente com o seu futuro é o que traz a morte. Mas busco a vida nas ludibriações, na ilusão, na esperança e na vontade de um dia ser feliz, para depois poder voltar aqui e escrever sobre a felicidade, ou então, as infelicidades dos tempos passados. Enquanto isso não for possível eu continuarei diante da morte pensando e temendo a solidão e os fantasmas que te levam de mim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TUDO VALE A PENA



No final digo que tudo vale a pena. O começo nada mais é do que um pretexto para justificar, argumentar, tentar convencer , ou melhor, se convencer de que no final tudo se acerta da melhor ou da pior maneira.
E seja lá o que for, ninguém morre por não ter tido o final esperado e agora acabo de pensar se este tal final existe de fato ou se não é apenas um inicio.
Eu ando com a cabeça nas nuvens, nas negras é claro! Parece que nada se acerta, tudo se complica e a vida se transformou numa grande equação de difícil solução. O X da questão não encontro e estou quase me certificando de que ele não existe, a não ser para quem me vê do outro lado da tela.
Não meu amigo, não sou ator e nem roteirista de cinema, mas já ouvi alguém dizer e se minha memória tão ferida não estiver errada arrisco em Rubens Braga num de seus romances, mas penso que viver nada mais é do que participar de um filme ou de um romance como ator principal.
Quando eu achei que estava forte o suficiente para me prevenir de qualquer obstáculo amoroso me pego aqui escrevendo sobre o sofrimento que amar nos causa. Uma canção diz que o melhor é nem amar, eu bem que tentei embora tenha descuidado e fui atingido em cheio por esse sentimento pervertido, desumano e cruel.
Tentei ter sangue frio, mas biologicamente isso é impossível porque somos obrigados a alimentar o calor insano das paixões arrebatadores.
Como disse, no final tudo vale a pena, serve como aprendizado. Aprendizado porra nenhuma!
Amanhã é bem capaz de eu achar que estou novamente curado, recuperado e me sentindo um autêntico malandro em matéria de amor e acabar sendo atingido novamente por outro amor qualquer que não se acerta, não se encontra mas que corre como água de rio que nasce limpo e acaba morto por poluição e dejetos indesejáveis e aí me caberá novamente fazer como piracema, nadar contra a correnteza até voltar à fonte. Essa porra é um ciclo e não adianta achar que vou fugir disso. O que me conforta nesse instante é que no final tudo vale a pena!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

CINCO MINUTOS APENAS


Tenho pouco mais de 5 minutos para escrever aqui e até que considero um tempo razoável para quem tem muito pouco a dizer. Aproveito esse momento, enquanto ouço uma música do Roberto para desaguar algumas das minhas angústias íntimas. Ando bastante estressado por esses dias. Percebo isso na falta de paciência comigo e com os outros. Tanto que num sábado desses tive uma crise emocional e surtei no meio da rua. Tive vontade de gritar,esbravejar, praguejar e até morrer (esta alternativa estava bem fácil). Quando voltei, tive vergonha e chorei. Me acalmei e caminhei por cerca de duas horas por uma avenida em linha reta. Processo terapêutico para mim. Parei numa padaria e enquanto degustava uma cerveja tive a revelação do que me fizera lobo por um dia, era o estresse e a vontade de ser entendido. Mas para quê as pessoas me entenderiam se não eram interessante para elas? Então pensei:"Como sou idiota!" e voltei para casa. Sem resposta, sem solução, mas um pouco mais aliviado.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O RIO E A CIDADE


São Paulo é uma cidade excepcional por causa do contraste que ela oferece na sua paisagem urbana. E dias desses eu estava parado no congestionamento habitual da Marginal Pinheiros, bem próximo ao seu novo cartão postal que é a Ponte Estaiada quando observei com maior atenção os monumentais arranha-céus que ocupam o lado direito de quem vem da zona sul para a zona norte. É uma coisa linda de se observar aquele mosaico de vidros espelhados em meio a formas arquitetônicas modernas. A avenida Luiz Carlos Berrini roubou da Avenida Paulista a referência de centro financeiro e de grandes negócios. É muito mais viva e pulgente certamente.
A Ponte Estaiada que foi construída naquelas imediações como parte do Complexo Viário Real Parque, cruzando o Rio Pinheiros e batizada com o nome do jornalista Octávio Frias de Oliveira custou cerca de R$ 220 milhões e serve de cenário para telejornais e telenovelas com o único propósito de potencializar o mercado imobiliário que se amplia na região é de encher os nossos olhos de beleza.
Mas algo além de toda aquela maravilha me causou um grande desconforto. Um cheiro insuportável de merda e podridão tomou minhas narinas e então me virei para o lado esquerdo e ví um rio triste e agonizado, lutando para se fazer presente mas praticamente morto, com sua mórbida correnteza amarronzada, cheia de efluentes e dejetos, pedindo socorro para viver.
E foi este cenário que me tocou com grande profundidade. Um rio que já se chamou Jurubatuba por causa das palmeiras que lhe cercavam e das belíssimas Araucárias que deram origem ao nome de Pinheiros, totalmente deslocado daquela paísagem e aí até mesmo a Ponte Estaiada perdeu a beleza. Tive um pensamento que logo se tornou nas seguintes dúvidas:”Por que estão deixando o Rio Pinheiros morrer?”,” será que existe algum projeto obscuro de canalização desse que acabou se tornando num estorvo arquitetônico na cidade?”.
E então passei a divagar o quanto bem mais agradável seria se pudéssemos desfrutar da beleza pura da natureza que o Rio Pinheiros poderia nos proporcionar caso estivesse ele limpo e saudável, talvez as pessoas nem se estressariam com o trânsito ao sentir doce e o ar refrescante.
Para o Governo de São Paulo a recuperação do Rio Pinheiros e a volta de alguns peixes e plantas depende de U$$ 100 milhões. Mas para a população em geral esse valor acaba sendo pouco diante da qualidade de vida que se ganha e mais ainda isso não deve representar quase nada diante do dinheiro que circula nos prédios espelhados da Berrini e região.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

UMA BREVE SAUDAÇÃO


Há tempos que não paro para escrever minhas divagações nesse espaço tão nobre. Isso não quer dizer que eu esteja sem pensar em algo para postar. Muito contrário disso, tenho tido várias situações interessantes que mereciam algum tipo de comentário aqui. Foram conversas de bar, situações do cotidiano e até coisas do trabalho já que estou num momento interessante de efervescência profissional e talvez esse seja o grande motivo da minha ausência aqui.
Tentarei me disciplinar para ficar mais presente aqui com coisas legais para passar para vocês.
Por hoje é só. Felicidades para todos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

4 ESTILOS QUE EMBELEZAM O BAIRRO


Um olhar mais atento de quem anda pelas ruas do Jardim Icaraí percebe que alguns muros que antes estavam decadentes, tomados por pichações ou deteriorados pelo tempo ganharam cores e vida através de imagens, letras e desenhos artísticos grafitados.
Até o escadão da rua Almir Dehar que antes era feio e sinistro ficou bonito e alegre. Tudo isso graças ao esforço de 4 amigos grafiteiros que se juntaram para montar o que eles chamam de “Crew” e usar a criatividade para divulgar os seus talentos artísticos pelas ruas da região.
Foi assim que surgiu o “Four Style” formado pelos jovens Tigo, Feno, Tioch e Heu. Todos eles moradores da região, desenvolvem estilos diferentes de pintura com spray e ao contrário de muitos jovens que vemos por aí sem perspectivas, esses meninos investiram no sonho e na vontade de transformar o que seria apenas um entretenimento num projeto artístico que segundo um dos seus integrantes tem a função de” trazer felicidade e bem estar para as pessoas que transitam pelas ruas, vielas e escadões da região”. E realmente é muito agradável caminhar e ver o trabalho deles estampados pelos muros. Causa boa impressão. Até mesmo quando não entendemos o que querem expressar com aquelas letras, figuras e cartuns, ainda assim é interessante ver aquela diversidade de cores e formas dando uma nova cara para a estética urbana da periferia, tão marcada pela cor vermelha dos tijolos expostos das casas sem reboco em meio a manchas cinzentas.
Mesmo enfrentando dificuldades para adquirir o material necessário que na maioria das vezes é comprado com o dinheiro do próprio salário, todos trabalham em outro ramo durante a semana, o grupo “Four Style” não desanima e vê no reconhecimento das pessoas que admiram e divulgam seus trabalhos o maior incentivo para continuar embelezando nosso bairro e servindo de exemplo para que outros jovens tomem iniciativa semelhante e protagonizem ações que resultem numa melhor qualidade de vida para todos.
Parabéns a todos os integrantes do “Four Style” e a todos os grafiteiros que usam a sua arte pelas ruas para promover uma nova ação cultural urbana.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

MINHA AVÓ



Hoje me lembrei de quando eu ainda morava com minha avó. Isso já faz algum tempo, aliás, bastante tempo. Acho que era pelo início dos anos 90. A casa pequena e bastante compacta deixava os móveis integrados e a gente dividia o mesmo quarto ou espaço. Parecia uma daquelas quitinetes que existem no centro de São Paulo.
Minha avó foi uma dessas modernistas que se decidiu viver sozinha, criando as duas filhas, minha mãe e minha tia sem a ingerência do pai que construiu outra família. Escolheu a independência.
Ela soube aproveitar mesmo que a sua maneira, a vida naquilo que pôde, mesmo tendo que trabalhar muito para sustentar as filhas. A sua casa era rodeada de amigos que saiam para os bailes de sábados, até de sextas, enfim, não tinha dia muito certo para uma boa diversão.
Mas os domingos para minha avó sempre foram sagrados e festivos, mesmo hoje quando tem mais de 80 anos de idade e cuja rotina já não comporta mais tantas estripulias.
Era nos domingos que ela fazia questão de se levantar cedo, por volta de sete ou oito horas da manhã, ainda que estivesse passada a maior parte da madrugada nos bailes, para preparar o almoço e receber os amigos, as filhas e os netos para uma macarronada com frango e salada de maionese ou uma suculenta feijoada.
Eu confesso que não gostava muito, desde criança achei que os domingos serviam para acordar tarde, preparar qualquer coisa para comer e voltar para a cama, mas admirava o seu ritual de acordar cedo, tomar um bom banho demorado, vestir um belo vestido estampado, se perfumar, se maquiar com pó de arroz, batom e lápis nos olhos para então ir feliz cozinhar no fogão vermelho e velho, olhando de vez em quando pela janela da cozinha de onde avistava a rua e as pessoas que passavam, cumprimentando um ou outro que passava em alto e bom som “Oi fulana!” “ Oi Sicrano, vem almoçar hoje que tem feijoada!”. Sempre muito bela nos seus vestidos, perfumes e maquiagens. Todo mundo elogiava e eu tinha orgulho de ser neto da Gabriela Cravo e Canela da vila.
Não demorava muito e as visitas apareciam. E o que começava com um simples café com cuscuz pela manhã, terminava com uma animada cervejada regada a forró e músicas bregas no final da tarde, além de muita alegria e conversas fúteis que tornava os finais de domingo muito alegres.
Era muito gostoso viver aquela época apesar da minha sisudez matinal. No decorrer do dia eu bem que gostava de tudo aquilo, perguntava pelas pessoas, bebericava um copo ou outro de caipirinha ou cerveja e era o responsável pelo som. E me exibia como o controlador do som, que hoje seria uma espécie de DJ, colocando as músicas que ela e os amigos adoravam, escolhendo os vinis que mais iam agradar e muitas vezes eu orgulhosamente acertava.
Tenho saudades daquele tempo. Mas hoje, mesmo já bastante debilitada por um início de AVC, com a memória fraca e um pouco de manha típica dos velhos, ela ainda mantém o seu ritual dominical de reunir as duas filhas, os netos e alguns amigos para um almoço e uma tarde de bate papo regado a cerveja que habitualmente sempre termina com ela deitada para descansar e assistir o programa Silvio Santos até adormecer feliz da vida.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

DESEJO PRIMEIRO


(Victor Hugo)




Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.




...


Recebi este poema lindo hoje de manhã do meu amigo Élcio e resolvi compartilhá-lo com todos os outros amigos do Blog.

terça-feira, 27 de julho de 2010

PAUSA


Hoje de manhã acordei me lembrando de fatos que aconteceram no meu passado recente e pelo andar do dia tive um interessante sinal de que as coisas de ontem não devem ser levados a sério a não ser que seja para ser usada como justificativa para alguns atos presentes ou então como experiências e amadurecimento.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ENQUANTO ESPERO


Estou aqui em frente o computador esperando que alguma ideia nova me apareça para eu ter algum tipo de assunto pra comentar no blog, mas enquanto ela dá umas voltas pelos cantos obscuros do cérebro eu vou jogando algumas palavras nesse delicioso espaço.
Ontem eu estive com alguns amigos que resolveram resgatar a história do samba paulista e surgiram nomes importantes no meio da conversa como o do grande sambista Geraldo Filmes, os clássicos de Adoniram e Vanzollini e enfim fizemos um interessante debate sobre a atualidade da música popular brasileira. Surgiu do nada e acabou sendo super agradável.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ARGENTINA DÁ UM PASSO HISTÓRICO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA LGBT


Meses atrás eu ocupei este espaço para parabenizar o México por ter realizado naquela ocasião o matrimônio de cinco casais homossexuais com uma grande cerimônia no Palácio da Prefeitura da Cidade do México como resultado da aprovação de uma lei específica que considera inclusive o direito a adoção. E no mesmo texto eu disse que torcia para que a iniciativa mexicana despertasse o interesse de outros países em seguir seu exemplo dando ênfase para Brasil e Argentina.
Hoje volto ao tema para comemorar junto ao povo argentino a aprovação da lei que legaliza a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo aprovado pelo senado da Argentina. Um grande avanço na busca pela igualdade de direitos civis.
O mais curioso é que a Argentina é formado por 75% de pessoas que se autodenominam católicos e onde a força da Igreja é bastante grande. A partir desta constatação eu me volto para o nosso quintal e pergunto: por quê o Brasil que é tão tolerante por ser um pais religiosamente diversificado ainda não conseguiu aprovar a parceria civil? Será má vontade dos seus representantes políticos, desinteresses pelas causas das minorias ou simplesmente preconceito? Temos que avançar também neste debate já que vivemos uma das nossas melhores fases e que estamos servindo de modelo para vários países.
Fico feliz que a Argentina tenha dado um passo importante na construção da cidadania, agora falta o Brasil se mostrar sensível a esta causa.

domingo, 27 de junho de 2010

EU E A COPA


Não sou do tipo que ama futebol. Para mim esse esporte, assim como os tantos outros não são tão atrativos como os são para milhões de brasileiros, inclusive a minha família inteira que adora se sentar aos domingos e quartas-feiras em frente a tv para assistir um clássico ou até mesmo um joguinho meia boca.
Sempre preferi a leitura ou algo mais cult e por isso sou o taxado de chato, metido a intelectual e assim sou ignorado por todos nesses dias.Não me importo pois faço minhas as considerações deles, o importante é que cada um seja feliz com aquilo que gosta. Mas não posso deixar de admitir que o clima de copa do mundo nos contagia e nos envolve nas disputas menos interessantes.
To gostando de assistir os jogos e até que estou pegando gosto pelo futebol. Eita febre essa hein!
Estou na torcida da nossa seleção e pela saída da Argentina, de preferência que seja tirada pela Alemanhã ( de nôvo), porque por mais que se diga que o Messi é o melhor da atualidade, não dá pra engolir a turma Maradona. É rivalidade, fazer o quê? Ou eu tomo posição (brasileira, é claro) ou então é melhor nem assistir aos jogos.
Estou me divertindo com a Copa.

terça-feira, 22 de junho de 2010

JÁ É INVERNO


São quase onze da manhã e já é inverno. Dá pra perceber pelo clima frio e pela garoa fina que cai lá fora. Eu aqui tomo meu café amargo e ouço Janis Joplin cantando uma versão de Summertime e deixo o pensamento fluir nessas frases escuras e um facho de luz âmbar que ilumina mal e porcamente este ambiente.
Pensei em ler os jornais do dia mas parece que tudo me está desinteressante nesta manhã amarga e gelada. Estou na expectativa de que alguma coisa boa me aconteça, sei lá, alguém me chamar, outro alguém acordar, enfim, algum movimento que me dê bom dia, mesmo que seja no inverno e no inferno.
Nem preciso de ópio quando o tempo é desfavorável para mim. Ele mesmo, o tempo já me serve de inspiração para frases perdidas e pensamentos sem rumo. Alias, ando sem rumo já algum tempo, sei que preciso me encontrar. Enquanto isso não acontece, me perco aqui em divagações, canções, cafés, doces e amargos.

SONHOS QUE NÃO QUEREMOS TER


Tem gente que vive de decifrar sonhos. Eu até que tenho minhas manias também de tentar entender o que determinado sonho quer dizer, se tem uma mensagem para passar ou alguma interpretação freudiana sobre o tema. Mas tudo isso é muito oculto e subjetivo e as vezes até mitológico já que eu tive sonhos maravilhosos durante o decorrer da vida e que só ficaram no sonho mesmo, nada daquilo aconteceu.
Sendo fato ou não, acontece que não tive bons sonhos na noite passada e por isso acordei um pouco irritado e desanimado. Nada de tão grave que vá deixar o meu dia triste, mas tem sonhos que é melhor nem tê-los.
Beijo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

INFERNO ASTRAL


É tempo de turbulência, ou seja, cheguei ao período do inferno astral. De agora até inicio de julho a astrologia me diz que é preciso ter cautela nas decisões e nos caminhos que eu seguir. Eu estou percebendo isso e me parece que o destino me força a tomar decisões a cada segundo da minha vida nesse período.
Tudo bem, eu nem ligo se tomarei a errada ou a certa, o importante é que eu faça algo de concreto. Mas as vezes me dá uma preguiça de ter que pensar e decidir o que fazer ou não. Acho que no período de inferno astral nós deveriamos ganhar um passaporte para o paraíso, justamente pra contra balancear o sentido de inferno que o astral nos impõe.
O que mais acho engraçado nessa história de inferno astral é que eu tento ficar em paz comigo mesmo, naquela coisa de paz interior, ser espiritualizado, mas tem sempre um espírito de porco desalmado que faz questão de vir tirar minha paz. Acho que o inferno não é astral, é humano e social porque a gente tenta se livrar dele mas ele faz questão de estar presente.
Quer saber a verdade, tomei uma decisão, que venham todos os diabinhos do inferno astral, que eu já providenciei meus patuás e enfrentarei eles, seja lá no que isso vai dar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

MÊS DO ORGULHO GAY COMEÇA COM PARADA E VÁRIAS ATIVIDADES CONTRA A HOMOFOBIA


Junho é o Mês do Orgulho Gay em todo o mundo e em São Paulo a 14º Parada do Orgulho LGBT acontecerá no próximo dia 6 a partir do meio dia na Avenida Paulista.
O tema escolhido para este ano é “Vote contra a homofobia: Defenda a Cidadania” que trará diversas atividades como feira cultural, Prêmio, Gay Day, ciclos de debates além da Parada.
O objetivo da comunidade LGBT é incentivar a população a votar em candidatos comprometidos com os seus direitos, tais como a união estável entre casais homossexuais, a criminalização da homofobia e o encaminhamento das diretrizes aprovadas no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais),
É importante que a sociedade participe desse debate polêmico no sentido de contribuir para a redução dos crimes de homofobia que no Brasil já matou cerca de 3 mil pessoas em 10 anos.
Para conhecer a programação acesse o site da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo: www.paradasp.org.br
Luiz Cláudio de Brito (www.luizinhobrito.blogspot.com).

sexta-feira, 21 de maio de 2010

DIA FRIO


Dias de frio como hoje é bom pra ficar em casa embaixo do edredon, ouvindo uma música gostosa e pensando na vida. Refletindo sobre coisas, talvez o que o amor é ou como é ser amado, aquelas coisas freudianas e Lacanianas que no fundo nos faz crescer mentalmente e encarar os nossos sentimentos com mais realidade e menos sonhos e fantasias. Sem muitas idealizações impossíveis fica mais fácil enfrentar algumas situações nas quais nos envolvemos sem se precaver.
Eu tenho trabalhado muito o meu ímpeto de criar expectativas com as pessoas e de querer que elas sejam aquilo que idealizo, embora eu reconheça também que para mim isso é sacrifício.
Enfim, domingo teve a virada cultural e eu aproveitei para dar uma passadinha no Centro e curtir um pouco daquela festa linda que acontecia no Arouche, com muita gente bonita, muita alegria e voltei para casa mais feliz.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O JEITO É REMAR COM A MARÉ


Parei de chorar, de me lamentar pelas coisas impossíveis. O melhor é pensar o ideal como o real e deixar que a vida se encarregue em me dizer o que ela espera de mim. Percebi que é melhor dar importância para as coisas que estão distante e se comportar como um blasé do que ficar louco e sufocado por pseudo pensamentos idealizados. Deixemos o barco navegar, ou quem sabe afundar. Tomara que afunde, porque aprendi a nadar. Eu por mim mesmo, sigo a máxima de remar com a maré para onde ela quiser me levar. Mas não pensem que joguei a toalha, que desisti de lutar ou de guerrear, muito pelo contrário. Já que não sei para onde o vento me leva e que mares me esperam por aí, o melhor é cantar as canções alegres do mundo e ver no que tudo isso dará.

terça-feira, 27 de abril de 2010

OPORTUNIDADE E ESPERA


Tem vezes em que quero descrever um sentimento mas vejo que ele é indescritível e então percebo que perdi uma oportunidade renegada a favor de uma ilusão que me persegue e luta para de mim não se afastar.
Fico na angústia da espera. E espero ansiosamente que a oportunidade não seja uma nova ilusão. Por isso é que digo que não vivo o meu tempo, mas um que me fora imposto, invadindo-me ao todo, controlando meus movimentos e o meu pensar, que de um único pensamento, nada mais pensa.
É um texto oculto, subjetivo e proposital para que tenha vida e eu consiga registrar um momento amargo.
A oportunidade parece ser castigo para aqueles corações que estão presos e ilhados num mar de conversas evasivas e falsas.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

UM SEGREDO


Pelo olhar de quem anda meio perdido
Meio triste, preocupado e inseguro
Notei uma certa beleza serena
Um breve sorriso, curto e simpático
E uma tímidez de menino
De quem tem algo para contar
Um segredo!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

UMA FORMA DE VIVER MAIS E UMA LINDA CANÇÃO


Hoje acordei um pouco tarde e com uma música na cabeça. Aliás,eu sempre durmo com uma canção na cabeça e acordo com outra, não raramente, com a mesma. Eu sou um verdadeiro caçador de músicas. Gosto de descobrir coisas novas, tanto contemporâneas como as do passado. Eu disse certa vez para um grande amigo que quando ouço uma velha canção, dessas do tempo em que eu nem era nascido, vivo um pouco mais. É a minha maneira de prolongar a vida. Se eu não consigo avançar no futuro, tento através das coisas boas do passado, um filme, um livro ou um disco, viver alguns anos a mais.
É bem verdade que esse meu comportamento assusta muita gente da minha geração. Mas não me importo muito de estar algumas vezes fora de moda e me deixar levar pela voz de Orlando Silva cantando "Carinhoso" ou então, Angela Maria na clássica "Cinderela" e por aí vai.
O mesmo acontece quando releio os clássicos da literatura ou vejo filmes em preto e branco, "Dio Come Ti Amo" por exemplo. De exemplo em exemplo, esse post será pouco, tem tanta coisa boa por aí e cada vez mais me surpreendo com velhas novidades que me aparece. Uma delas eu deixei aí acima na sessão de vídeos. É um lindo encontro entre Tim Maia e Elis Regina cantando a deliciosa "These are the Songs".
Eu estava no ônibus, ouvindo rádio pelo fone quando ouví-la pela primeira vez, busquei no youtube e agora já faz parte do repertório.

sexta-feira, 26 de março de 2010

AFOGAR AS MÁGOAS NUM COPO DE CHOPE


Em tempos de crise amorosa o melhor que fazemos é afogar as mágoas num copo de chope. Tem gente que prefere beber com o melhor amigo. Aquele que compreende tudo, não critica nada e ainda dá um apoio moral, mesmo que seja mais uma daquelas frases clichês do tipo “pô amigo, sei que é difícil mas você vai superar tudo isso numa boa!” ou então, “Que isso cara, Ra quê ficar encanado desse jeito? Olha aí quanta coisa temos para aproveitar!”, enfim, são várias frases de consolo que no fim nada dizem. Por isso que eu prefiro a solidão nessas horas. Beber sozinho mesmo, bem no estilo clássico da fossa, do bode ou de qualquer outro adjetivo que resuma um único sentimento. O de que algo não está bem.
Este texto corre o sério risco de se tornar numa mensagem de auto-ajuda. Eu já percebi que todo mundo que prega a auto ajuda como filosofia de vida, na realidade precisa de ajuda. Talvez seja esse o meu caso nesse momento em que o chope, que segundo a belíssima música do Paulo Diniz deveria ser para distrair, serve para estimular o pensamento às nossas encanações afetivas.
Sei lá, parece que o álcool tem um poder oculto de buscar dúvidas ao mesmo tempo que revela respostas. Caros leitores, não entenda isso como apologia ao álcool, mas quem costuma beber sabe do que estou falando. Hum, acho que é apologia sim. Foda-se se for, sua cabeça é sua sentença, como já dizia a minha avó.
Eu só estou escrevendo tudo isso para desabafar, não para expor minha crise, mas para registrar um pensamento errante que me assola. Não para incentivar alguém a me seguir nessas loucuras.
Quem me vê, deve pensar que sou louco. Embora eu seja mesmo e é isso que eu busco quando escrevo, extravasando minhas loucuras.
Nesse momento tive vontade de escrever um conto. Pensarei melhor no assunto por esses dias, vou ler Rubem Braga, ou melhor, vou reler Clarisse Lispector, aquele conto chamado “o amor”, ele me servirá de inspiração, senão complemento a leitura com a Lia Luft e vou escrever um conto.
Agora vou tomar mais um chope e depois pode ser que eu volte.
Quero falar alguma coisa sobre algum tema da atualidade, o julgamento dos Nardoni, a morte do Glauco ou o tal Daime, enfim, vamos aguardar.

quinta-feira, 25 de março de 2010

UM CAFÉ NO CENTRO DE SÃO PAULO



Estou aqui na Praça Dom José Gaspar esquina com a Rua Bráulio Gomes no centro de São Paulo.
Chove muito. Uma tempestade desaba enquanto aguardo a estiagem na cafeteria em frente à praça. Um grupo de homens, eram três, se sentou à mesa ao meu lado e isso me constrangeu um pouco porque tive receio de que um deles pudesse olhar disfarçadamente esses escritos e com certa indiferença pensasse: “ Que bobagens são essas que esse moço com cara de menino – por causa do boné verde que eu uso – está escrevendo nesse caderno?”
É bobagem sim, admito, mas são essa bobagens que muitas vezes me dão sentido à vida. São elas que me levam a uma melhor percepção do mundo em que vivo, me ajudando a tirar do peito ou da mente as muitas angústias que me seguem como se fossem fantasmas.
Raios e trovões se misturam ao som de vozes que dialogam entre si, tosses secas e barulho de máquinas de café com talheres poluem o ambiente e por vezes, um cheiro forte de gás se confunde com o cheiro adocicado dos pães de queijos que acabaram de sair do forno, invadindo as narinas.
O grupo de homens, depois de tomar um cafezinho cada um, decidem encarar a chuva e saem da cafeteria, o que me traz um certo alívio para continuar a escrever essas bobagens.
Ouço a voz de uma mulher que devia estar próxima de mim dizer para a acompanhante o que tinha acontecido na reunião e então me lembrei que eu terei uma logo mais, assim que a chuva cessar.
O que não acontece nesse momento, ao contrário disso, ela parece mais forte e densa. Seus pingos batem no asfalto com violência, se estatelando em pequenas gotas brilhantes que escorrem para as guias se encontrando com um volume enorme de água barrenta que vão sei lá para onde. É um espetáculo bonito de se ver. Enquanto espero sentado com uma xícara de café na minha companhia e com o caderno aberto a minha frente, me divirto observando o movimento das pessoas que circulam pelo estabelecimento. Percebo que todos, exceto os funcionários, estão ansiosos no desejo de que a tempestade amenize para poder continuar suas rotinas.
O leitor mais atento deve se perguntar onde é que esse moço com cara de menino por causa do boné verde na cabeça quer chegar com essas bobagens. Eu respondo que tenham paciência porque elas não são só devaneios e passatempos. Existe algo mais, além disso.
Dizem que o centro de São Paulo é uma fonte inspiradora para poetas e escritores e hoje comprovo que é verdade isso. É como se um outro mundo bastante efêmero se transformasse a cada segundo,descobrindo muitas novidades estranhas. E nesse momento, entre todas as pessoas que aqui estão, que por aqui passam, eu também sou um estranho. Uma estranheza que entra dentro de nós no centro de São Paulo.
Essa sensação de solidão mesmo que num lugar público é boa, conforta a alma. Me faz esquecer que a algumas horas atrás eu pensava em abandonar tudo, jogar para o ar tudo que planejei e deixar a vida me levar para onde ela bem quiser e da forma que entender.
Tem horas que a gente se acha fraco e passa a ver as coisas com desinteresse, não se importando com a luta do dia a dia, pensa que viver é chover no molhado.
Quando estamos nessa triste condição, as perspectivas de futuro somem e o que impera é o tédio que nos consome aos poucos.
A chuva está passando, sinal de que é hora de parar de escrever essas bobagens e ir para a reunião.
Apesar desses escritos serem um tipo de exercício é também um desabafo de quem procura respostas e não encontra a não ser nos desafios que são cada vez maiores. Eu penso que a vida é assim mesmo, ora de desanimo, ora de esperanças. Só tenho a agradecer a chuva que lentamente vai parando, se transformando numa garoa fina, bem paulistana, por ter me dado a oportunidade e o privilégio de poder escrever essas bobagens em plena Praça Dom José Gaspar, esquina com a rua Bráulio Gomes:
- Por favor, a conta!

quarta-feira, 24 de março de 2010

VOLTANDO AOS PRIMÓRDIOS DO BLOG


Eu tava relendo alguns posts antigos, quando ainda nem sabia colocar imagens no blog e achei um que eu gosto muito e por isso resolvi postá-lo novamente, não vou atualizá-lo até porque curto ele do jeito que está. É só pra matar saudade e avaliar o presente.

CAIU A FICHA

Ontem caiu a ficha. E com a ficha vieram as mais variadas formas de se livrar de uma pseudo-apaixonite aguda. O pior da paixão, pelo menos no meu caso é a dúvida, do tipo clássico "ser ou não ser, eis a questão", a intensidade desse sentimento, seu culto ou desprezo se dá justamente no momento em que a dúvida deixa de existir. E por fim aconteceu, a dúvida se esvaiu e a certeza me deu novas energias, para que eu pudesse retomar a vida sem a angústia e sem esperanças. Pelo menos essas esperanças. Me renovei e as esperanças mudaram de rumo e eu não precisei muita coisa para me certificar disso.
Bom, o mais importante é que me joguei na balada que sequer havia planejado, já que meus planos de antes eram os de ficar em casa ouvindo músicas românticas e alimentando a tal pseudapaixonite. Mudei o foco dos meus planos e hoje quase quatro horas da tarde, ainda sem dormir, porque fui trabalhar, me sinto mais feliz e esperançoso por saber que o grande problema não é se apaixonar ou ficar encanadão por alguém, mas sim deixar que dúvidas nos tomem a mente como bem diz a canção do Caetano " invadindo os sete buracos da nossa cabeça" .
Não sei como terminar esse texto, talvez seja o sono do qual me livrarei dentro de instantes, considerando que terei um grande encontro, com alguns novos amigos no começo da noite.

Post publicado em 21/12/2007

TENTANDO


Luizinho Brito

A gente está sempre tentando.
Tentando não ser sentimentalista demais
Tentando viver numa boa
Tentando acertar
Tentando contornar as coisas
Tentando entender
Tentando viver bem
Tentando a sorte
Tentando entender os outros
Tentando mudar
Tentando alguma coisa que não sabemos
Tentando um amor
Tentando chegar no horário
Tentando esquecer
Tentando lembrar
Tentando, sempre tentando.
Tentando acertar
Tentando sempre alguma coisa que não sabemos
Tentando pensar positivo,
Tentando, tentando, tentando...
Tentando parar de pensar
Tentando sempre
Achar que a vida pode ser melhor sempre.

segunda-feira, 22 de março de 2010

ELEGIA


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaça, num suspiro.

E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava,
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio.

Perdi minha alma à flor do dia ou já perdera
bem antes sua vaga pedraria?
Mas quando me perdi, se estou perdido
antes de haver nascido
e me nasci votado à perda
de frutos que não tenho nem colhia?

Gastei meu dia. Nele me perdi.
De tantas perdas uma clara via
por certo se abriria
de mim a mim, estela fria.
As árvores lá fora se meditam.
O inverno é quente em mim, que o estou berçando.
e em mim vai derretendo
este torrão de sal que está chorando.

Ah, chega de lamento e versos ditos
ao ouvido de alguém sem rosto e sem justiça.
ao ouvido do muro,
ao liso ouvido gotejante
de uma piscina que não sabe o tempo, e fia
seu tapete de água,distraída.

E vou me recolher
ao cofre de fantasmas, que a notícia
de perdidos lá não chegue nem açule
os olhos policiais do amor-vigia.
Não me procurem que me perdi eu mesmo
como os homens se matam, e as enguias
à loca se recolhem, na água fria.

Dia,
espelho de projeto não vivido.
e contudo viver era tão flamas
na promessa dos deuses; e é tão ríspido
em meio aos oratórios já vazios
em que a alma barroca tenta confortar-se
mas só vislumbra o frio noutro frio.

Meu Deus, essência estranha
ao vaso que me sinto, ou forma vã,
pois que, eu essência, não habito
vossa arquitetura imerecida;
meu Deus e meu conflito,
nem vos dou conta de mim nem desafio
as garras inefáveis: eis que assisto
a meu desmonte palmo a palmo e não me aflijo
de me tornar planície em que já pisam
servos e bois e militares em serviço
da sombra, e uma criança
que o tempo novo me anuncia e nega.

Terra a que me inclino sob o frio
de minha testa que se alonga,
e sinto mais presente quanto aspiro
em ti o fumo antigo dos parentes,
minha terra, me tens; e teu cativo
passeias brandamente
como ao que vai morrer se estende a vista
de espaços luminosos, intocáveis;
em mim o que resiste são teus poros.
E sou meu próprio frio que me fecho
Corto o frio da folha. Sou teu frio.

E sou meu próprio frio que me fecho
londe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram, me feriram
sete vezes por dia em sete dias
de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio,
minha pena deserta, ao fim de março,
amor, quem contaria?
E já não sei se é jogo, ou se poesia.

Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) foi poeta, contista e cronista brasileiro.Poema extraído da "Antologia Poética", organizada pelo autor, 36º ed. - Rio de Janeiro, Ed. Record, 1997.

domingo, 21 de março de 2010

HAJA PSICANÁLISE


E haja psicanálise para tentar pelo menos confortar o incomodo emocional que é como onda. Agora é pouco mais de duas da manhã e para mim, essas horas da madrugada são as certas horas perigosas.
São horas de pensamentos múltiplos, fúteis, confusos, mas verdadeiros. Os verdadeiros pensamentos só afloram nas horas mortas de insônia. Quando se pensa sozinho ao som de uma música, que seja o jazz instrumental porque uma canção letrada pode piorar a situação, a gente parece se sentir mais seguro para tomar algumas decisões. É uma divagação meio pé no chão, racional e coerente. Mesmo que pese ainda a solidão e a carência, ainda assim, conseguimos visualizar um caminho ou uma resposta que nos conforte.
Mas quando eles são precedidos de alguma conversa a dois, um papo sobre o relacionamento, o futuro da vida ou então revelações do passado, essas análises passam a ter uma carga emotiva forte e ficamos mais inseguros, sensíveis, românticos, esperançosos e ao contrário de respostas e caminhos, nos enchemos de mais dúvidas, de fantasias, ciúmes e por aí vai. Deixamos de nos auto-analisar e automaticamente somos dois no divã e então a coisa se complica.

sexta-feira, 19 de março de 2010

VIVER, ENVELHECER E REJUVENESCER TODOS OS DIAS


Hoje quero discernir sobre a terrível velhice. Muitos tem medo de envelhecer e existe todo um mercado voltado para o rejuvenescimento, até uma edição recente da revista "Superinteressante" dedicou várias páginas ao tema do não envelhecimento e da imortalidade.
Eu penso que nós envelhecemos e nos rejuvenescemos todos os dias através das nossas ações e atividades e nas nossas manias. Para mim, o ato de envelhecer se remete ao ato de ensinar e cada vez passo algo que aprendi ou aconselho alguém mais jovem, me sinto velho e me orgulho de ter adquirido conhecimento suficiente para ajudar os mais novos e me sinto super jovem quando estou em roda de amigos bebericando uma cerveja, jogando conversas fúteis fora, paquerando e inventando piadas.
Sou um velho quando não aguento o barulho da rua ou quando exijo a solidão para contemplar a janela, ler um livro, o jornal. Tenho todo um ritual para ver filmes, para almoçar, jantar, enfim, sou cheio de manias de velho. Mas tem momentos em que um bom som alto, num sucesso do momento, sem se importar com que os vizinhos estão pensando me dá vivacidade de adolescente, me alegra como se eu fosse um menino aprontando uma travessura.
Minha mente transita entre o sonho, a expectativa e a esperança do futuro, como fazem os jovens e a falta de tudo isso, como quem já viveu todas as experiências possíveis e os segredos da vida tivessem sido revelados, me deixando nostálgico e desesperançado.
E gosto de viver assim, envelhecendo e rejuvenescendo a cada dia, todos os dias, sem grandes fórmulas científicas, usando apenas os conhecimentos que vou adquirindo por aí.

SONHO


Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Clarisse Lispector

sábado, 13 de março de 2010

O EXEMPLO DO MÉXICO E OS DIREITOS DOS HOMOSSEXUAIS


O México dá um exemplo de cidadania ao promover o casamento de homossexuais através de uma lei específica aprovada em dezembro de 2009 e que é a primeira na América Latina, contemplando inclusive a possibilidade de adoção.
O matrimônio de cinco casais, três femininas e duas masculina foi feito com uma grande cerimônia coletiva no antigo Palácio da Prefeitura da Cidade do México e contou com a presença de várias autoridades e foi transmitida pela televisão.
Esperamos que a iniciativa mexicana mobilize outros países, inclusive Brasil e Argentina, onde casais homossexuais só conseguem fazer sua união civil através de amparo judicial, para um debate aprofundado sobre a questão no âmbito do Estado Democrático de Direito, considerando o laicismo republicano e não as posições religiosas, uma vez que se reivindica uma parceria civil entre pessoas do mesmo sexo e não uma interferência do Estado para a liberação de matrimônios religiosos, que estes sim devem ser respeitados dentro de suas respectivas doutrinas.
Casamento civil não tem nada a ver com casamento religioso, embora muitos países reconheçam o religioso como documento válido e ele pode ser feito não só por homossexuais, mas por heterossexuais que constrõem algum patrimônio em conjunto. Não se trata somente de casamento gay, embora eles sejam os mais beneficiados.
Já passou da hora da sociedade avançar nessa luta pela cidadania e reconhecer que independentemente de leis, as uniões homossexuais sempre fizeram parte de diversas culturas e sempre esteve presente nas sociedades ocidentais, portanto, ele precisa ser reconhecido como um bem público.

terça-feira, 9 de março de 2010

OSTRACISMO MENTAL


Me perdoe meus queridos leitores por demorar tanto tempo para postar alguma novidade aqui. Mas eu estava num momento de verdadeiro ostracismo mental, me dedicando apenas a coisas do trabalho. A dedicação profissional nos exige muita racionalidade e então as inspirações ficam em segundo plano. Infelizmente.
Saio muito cedo e chego bem tarde quase morto de cansaço e por isso acabo deixando o computador de lado. Mas já estou me organizando para voltar a deixar posts aqui, afinal, sinto falta de escrever e de ler os comentários maravilhosos que vocês deixam.
O mais interessante é que neste exato momento, em que venho me justificar pela ausência, algumas ideias começam a surgir de temas que gostaria de deixar no blog.
Vamos ver se sai alguma coisa por esses dias.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

UM POEMA


Tenho Tanto Sentimento


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

BOM DIA

Estamos próximos do carnaval e eu já estou na torcida da minha querida Rosas de Ouro em São Paulo que vai trazer como enredo o tema "Cacau", levando pra avenida belíssimos carros e luxuosas fantasias, além de uma escola bastante animada.
Enquanto o carnaval não chega e a expectativa aumenta aproveito para ouvir um bom jazz e trabalhar nos projetos em que estou envolvido.
Estou pensando também em dar uma cara nova para este querido blog. Aceito sugestões.
Bom Dia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

TEXTO CONFUSO, MAS COM CERTO SENTIDO!


Hoje acordei pedindo a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, assim como o grande poeta Cazuza. Sair de um pseudo-amor conturbado e cheio de fantasmas é uma tarefa para poucos.
Eu não acredito em relacionamentos felizes, muito contrário disso, vejo entre os casais que conheço e até pela própria experiência que a felicidade é um objeto de adaptação contínua dos prazeres. Aliás, poucos prazeres digamos.
Sendo assim, acaba sendo a felicidade dos casais os momentos de prazeres. Desde os carnais até os das conversas diurnas na mesa do café da manhã. E tão logo acabam esses momentos, os fantasmas, muitas vezes reais, se apoderam das mentes e dos corações e então começa-se a racionalidade e as dúvidas. E a tal felicidade se esvai e logo reaparece outra. Acho que é um estágio da vida cotidiana.
É bem possivel que eu esteja blefando, mas enquanto não amadureço a minha opinião filosófica e empírica sobre a felicidade, vou vivendo os momentos de prazeres, mesmo que poucos e achando com isso que sou feliz. Vou ao shopping.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DICA DE LEITURA - CEM ANOS DE SOLIDÃO


Por enquanto estou empenhado em terminar a releitura do maravilhoso " Cem Anos de Solidão". Uma nova edição deste clássico foi lançado no final de 2009, com um belíssimo depoimento do tradutor Eric Nepomuceno como introdução onde ele narra a vida do escritor colombiano Gabriel García Márquez durante a construção do romance que lhe deu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Além disso, a obra relançada pela Editora Record, traz o discurso que o autor fez no momento em que recebeu a grande premiação.
Eu sou fã de García Márquez e para mim, reler a saga da família Arcádio Buendia e de todas as gerações que dela provém é como viajar em férias para um lugar fora do mundo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

UMA LINDA ORAÇÃO PARA OS QUE ACREDITAM NA FORÇA DOS ORIXÁS


ORAÇÃO PARA OS ORIXÁS
Deus salve o Grito do grande Rei Xangô, que expulsa de nosso meio médiuns mentirosos e charlatões!

Deus salve a Espada de Ogum, que corta de nossos caminhos os que alimentam o ódio e a inveja!

Deus salve a Flecha de Oxossi, que mata o pássaro da maldade e da traição!

Deus salve as Águas de Oxum, que lava nossos caminhos da mentira e da falsidade!

Deus salve os Ventos de Iansã, que expulsa os que alimentam pensamentos de promiscuidade e infidelidade!

Deus salve as Águas de Iemanjá, que lava nossos terreiros dos que alimentam a falta de amor e respeito ao próximo!

Deus salve as Chuvas de Nanã, que trazem o peso da responsabilidade, afastando os ociosos e oportunistas!

Deus salve o Cajado de Omulu, que expulsa as doenças do egoísmo e da desordem!

Deus salve Nosso Pai Oxalá, salvaguardando nossa Umbanda daqueles que ainda não conhecem o verdadeiro sentido da caridade!

DEUS SALVE A NOSSA UMBANDA! … e não desampare os que ainda se arrastam pelos caminhos da ignorância e da hipocrisia

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A PRIMEIRA PÁGINA DO CADERNO LIVRE


O que me restou foi esse nobre e singelo caderno para viajar pelo pensamento e registrá-los de alguma maneira nesse momento de doce sofreguidão.
Não vou seguir nenhum critério de escrita, apenas colocarei minhas memórias, sem lapidações ou consertos, o pensamento na sua forma bruta, como bruta é a paixão pura, a mesma que dilacera o fígado regado a grandes doses de conhaque quente.
Já que perdi novamente e por estar acostumado a perder, busco uma saída alternativa, algo que supra a minha necessidade de expressar as divagações. E este caderno pobre e barato terá essa missão, a de confortar um coração inebriado por pensamentos sôfregos.
Isso não quer dizer a quem tiver a sorte ou o azar de folhear suas páginas, que encontrarão somente versos tristes e lamentações. Esses se enganam, porque o sofrer de amor ou da falta dele gera risos, seja de falsas alegrias ou de desespero, não importa, ele é engraçado.
Por isso digo que esses momentos são de doce sofreguidão, porque o amargo se alterna com a doçura de poucos instantes de puro gozo mecânico.
Enfim, este caderno é livre, como livre deve ser o pensamento e a inspiração.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

TRISTE POEMA POBRE DE UM DESABAFO SEM FIM


Sinto falta de um amor que me ame na proporção
Do amor que te dou.
Acontece que esse amor existe, eu sei.
Está pronto para me salvar desse precipício em que me encontro.
Eu, totalmente perdido na tentativa frustrada
De construir um destino que não é para dar o certo.
E te dou o amor que tenho em grande proporção
Como quem se doa ao abismo de um desejo mal resolvido, incompreensível.
Que de tão febril, sangra até doer.
Eu não suporto mais, embora persisto nesse precipício que é cada vez mais fundo.
Parece morte mas é a desilusão pela vida. E enquanto insisto nisso,
Sei que tem alguém me esperando, mas que renego teimoso.
Por covardia e arrogância. Idiota, prefiro a angústia no meu peito. Ah Deus!
Sinto vontade de chorar, mas o choro me falta porque nessas horas sinto raiva.
Raiva de ti que agrado como posso, mesmo sem saber o que te agrada.
Lamento! Mas tem alguém que não me quer nada
E que minha insegurança, minha desconfiança. Meu coração repulsa.
Simplesmente porque escolhi cair com você no precipício. E o precipício será o meu fim, fim do abismo.
Terra da tristeza e da solidão.

domingo, 3 de janeiro de 2010

PROMESSA DE INÍCIO DE ANO - REVER AS CONQUISTAS


Dentre as tantas promessas que fiz para o ano que se inícia, uma me fez retomar a outra pessoa que fui no passado. Anos depois, quando eu penso que sei muito da vida por conta de experiências que suponho ter adquirido, me volto a pensar como a dez anos atrás e vejo uma pessoa em busca de crescimento espiritual, cheio de desafios, planos, projetos e sonhos. Não tinha noção de que conseguiria realizá-los porque muitas delas não passavam de promessas de início de ano, como as atuais. E os anos passaram e sem que eu percebesse os sonhos foram pouco a pouco se concretizando e eu amadurecendo. Ganhei maior segurança para enfrentar a vida, aprendi coisas, tomei conhecimentos que antes ignorava e assim, no dia a dia, numa luta silenciosa, morosa e incansável fui conquistando espaços, conhecendo gente, falando com mais propriedade e me tornando uma pessoa feliz, mesmo sem me atentar de que era felicidade o que eu sentia.
Hoje, quando trago no peito uma soberba de quem envelheceu um pouco mais e o pensamento de quem já possui experiência por experimentar de tudo um pouco, sinto uma necessidade enorme de voltar ao passado recente, o mesmo daquele jovem sem rumo, inseguro, fraco, tímido e cheio de sonhos, porque parece que estagnei na faculdade do sonho. Não consigo planejar muita coisa para o futuro tendo a impressão de que cheguei ao fim da história, da minha história. E que daqui para frente só tenho frutos a colher e nada mais a plantar. Isso apesar de me entristecer, me faz refletir sobre nossas conquistas e sonhos e acabo por concluir que as vezes na vida precisamos descer um pouco do pedestal com a mesma sabedoria com que subimos para repavimentar os degraus e rever nossas conquistas para que elas sejam fonte inspiradoras para novos sonhos, planos e objetivos.