terça-feira, 22 de setembro de 2009

ROMANTISMO


Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!...
Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!
Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...
Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! Quem tivesse... (Mas quem tem? Quem teria?)

Cecília Meireles

A FARSA DE QUERER SER FELIZ


Tolo! Assim me defino nesse momento de pura tristeza e falta de compreensão. Ontem até pensei que tinha esperança, mas ela não me apareceu hoje. Apareceu a desilusão de sempre e a sensação de mais uma vez ter sido tolo. Por acreditar na esperança morta.
Minha inteligência tão futil nesse momento se redimiu a uma pequena metáfora de Schopenhauer, onde o ser não cresce e eu não cresço!
Soube desde o início de que a esperança me chegara morta, mesmo assim me entreguei de maneira que pensei ser a mais sábia a minha decisão de coragem. Fui forte como Leão, ou talvez a própria força que abre a boca de um leão. Me encontrava encantado por uma beleza futura de vida quando decidi dar um passo a frente, sem a mínima noção de que poderia encontrar o precipício. Me entreguei aos caprichos da esperança morta e hoje desiludido estou a beira do precipício, entre a coragem de avançar e o medo de regredir, paralisado pelo pensamento contaminado por uma farsa. A farsa de querer ser feliz.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O PERIGO DE AMAR DEMAIS


Amar demais se torna uma prisão sem grades. Tanto para os que amam quanto para os que são amados. E no meu entender o pior prisioneiro é aquele que se prende no subconsciente do amor exagerado, do apego e da desconfiança.
E porque as pessoas, na sua grande maioria se deixam levar por esse sentimento exacerbado que cresce como uma enfermidade mal cuidada, até se transformar num ciúme altamente perigoso, quase maligno e cheio de suposições? Não há ainda uma resposta plausível para esse sentimento devastador.
Amar demais não é bom sentimento nem para quem é amado e muito menos para quem ama e sentimentos assim podem causar insanidades das mais perversas. O bom é ser comedido e equilibrado, livre de sentimentos de posse, de pensamentos infiéis e da ameaça de perda.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

TRADUZIR-SE


Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem
Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte ?

Ferreira Gullar

domingo, 13 de setembro de 2009


Estamos em setembro, mês da primavera e das flores. Eu do meu lado me debruço na releitura de Jane Austen, dentre outras brochuras que me ocupam a maior parte do tempo livre e consome parte da minha inspiração para vir postar.
Mas não demorarei mais do que um breve tempo para escrever algo sobre a estação das flores aqui!