quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A MORTE, OS FANTASMAS E A SOLIDÃO


Diante da morte o que me assombra é a solidão provocada pelos fantasmas que te roubam de mim. São eles que me levam à guerra. A morte é só uma passagem, compreensível. Agora os fantasmas, esses não morrem nunca, vivem de ocasião a ocasião tentando me desestabilizar, me fazer de louco, acabando de maneira lenta e dolorida com a minha segurança. Não há mais nada a pensar, a construir e a acreditar senão na solidão que sinto quando me deparo com os seus fantasmas, desejos, projetos e futuro. Ficar frente a frente com o seu futuro é o que traz a morte. Mas busco a vida nas ludibriações, na ilusão, na esperança e na vontade de um dia ser feliz, para depois poder voltar aqui e escrever sobre a felicidade, ou então, as infelicidades dos tempos passados. Enquanto isso não for possível eu continuarei diante da morte pensando e temendo a solidão e os fantasmas que te levam de mim.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TUDO VALE A PENA



No final digo que tudo vale a pena. O começo nada mais é do que um pretexto para justificar, argumentar, tentar convencer , ou melhor, se convencer de que no final tudo se acerta da melhor ou da pior maneira.
E seja lá o que for, ninguém morre por não ter tido o final esperado e agora acabo de pensar se este tal final existe de fato ou se não é apenas um inicio.
Eu ando com a cabeça nas nuvens, nas negras é claro! Parece que nada se acerta, tudo se complica e a vida se transformou numa grande equação de difícil solução. O X da questão não encontro e estou quase me certificando de que ele não existe, a não ser para quem me vê do outro lado da tela.
Não meu amigo, não sou ator e nem roteirista de cinema, mas já ouvi alguém dizer e se minha memória tão ferida não estiver errada arrisco em Rubens Braga num de seus romances, mas penso que viver nada mais é do que participar de um filme ou de um romance como ator principal.
Quando eu achei que estava forte o suficiente para me prevenir de qualquer obstáculo amoroso me pego aqui escrevendo sobre o sofrimento que amar nos causa. Uma canção diz que o melhor é nem amar, eu bem que tentei embora tenha descuidado e fui atingido em cheio por esse sentimento pervertido, desumano e cruel.
Tentei ter sangue frio, mas biologicamente isso é impossível porque somos obrigados a alimentar o calor insano das paixões arrebatadores.
Como disse, no final tudo vale a pena, serve como aprendizado. Aprendizado porra nenhuma!
Amanhã é bem capaz de eu achar que estou novamente curado, recuperado e me sentindo um autêntico malandro em matéria de amor e acabar sendo atingido novamente por outro amor qualquer que não se acerta, não se encontra mas que corre como água de rio que nasce limpo e acaba morto por poluição e dejetos indesejáveis e aí me caberá novamente fazer como piracema, nadar contra a correnteza até voltar à fonte. Essa porra é um ciclo e não adianta achar que vou fugir disso. O que me conforta nesse instante é que no final tudo vale a pena!