terça-feira, 27 de agosto de 2013

SEMPRE EM SEGREDO

SEMPRE EM SEGREDO
                                                                               Luiz Brito

O segredo é uma tortura
Estonteante e sôfrega.
A revelação é mortal,
O que se dizer da cumplicidade?

A qual se transforma em afeto
Negação do apego
E a luta pela não aceitação
Das afinidades e divergências
Corrói o desejado em fugas
Alimenta de álcool e drogas
A força do enfrentamento
De forma a liberar todos os pudores.
Mas só enquanto dura o delírio.
Na caretice toda a liberdade se tranca
Em segredo.
Torna tímido qualquer olhar profundo
E a repulsa se faz em ofensas de autoafirmação.
Inibi os abraços, esfria os beijos e trás outras lembranças.
A revelação é mortal e o segredo é doce.
E o que se dizer da cumplicidade?
Quando ameaçada causa pânico.
Destrói impiedosamente um sonho
Alimenta de álcool e drogas
A fúria e a vingança reprimida.
De forma a liberar todos os instintos.
Mas só enquanto dura a raiva.
Na calmaria toda paixão se aflora
Em segredo.

Sempre em segredo.

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