sexta-feira, 26 de março de 2010

AFOGAR AS MÁGOAS NUM COPO DE CHOPE


Em tempos de crise amorosa o melhor que fazemos é afogar as mágoas num copo de chope. Tem gente que prefere beber com o melhor amigo. Aquele que compreende tudo, não critica nada e ainda dá um apoio moral, mesmo que seja mais uma daquelas frases clichês do tipo “pô amigo, sei que é difícil mas você vai superar tudo isso numa boa!” ou então, “Que isso cara, Ra quê ficar encanado desse jeito? Olha aí quanta coisa temos para aproveitar!”, enfim, são várias frases de consolo que no fim nada dizem. Por isso que eu prefiro a solidão nessas horas. Beber sozinho mesmo, bem no estilo clássico da fossa, do bode ou de qualquer outro adjetivo que resuma um único sentimento. O de que algo não está bem.
Este texto corre o sério risco de se tornar numa mensagem de auto-ajuda. Eu já percebi que todo mundo que prega a auto ajuda como filosofia de vida, na realidade precisa de ajuda. Talvez seja esse o meu caso nesse momento em que o chope, que segundo a belíssima música do Paulo Diniz deveria ser para distrair, serve para estimular o pensamento às nossas encanações afetivas.
Sei lá, parece que o álcool tem um poder oculto de buscar dúvidas ao mesmo tempo que revela respostas. Caros leitores, não entenda isso como apologia ao álcool, mas quem costuma beber sabe do que estou falando. Hum, acho que é apologia sim. Foda-se se for, sua cabeça é sua sentença, como já dizia a minha avó.
Eu só estou escrevendo tudo isso para desabafar, não para expor minha crise, mas para registrar um pensamento errante que me assola. Não para incentivar alguém a me seguir nessas loucuras.
Quem me vê, deve pensar que sou louco. Embora eu seja mesmo e é isso que eu busco quando escrevo, extravasando minhas loucuras.
Nesse momento tive vontade de escrever um conto. Pensarei melhor no assunto por esses dias, vou ler Rubem Braga, ou melhor, vou reler Clarisse Lispector, aquele conto chamado “o amor”, ele me servirá de inspiração, senão complemento a leitura com a Lia Luft e vou escrever um conto.
Agora vou tomar mais um chope e depois pode ser que eu volte.
Quero falar alguma coisa sobre algum tema da atualidade, o julgamento dos Nardoni, a morte do Glauco ou o tal Daime, enfim, vamos aguardar.

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