terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A PRIMEIRA PÁGINA DO CADERNO LIVRE


O que me restou foi esse nobre e singelo caderno para viajar pelo pensamento e registrá-los de alguma maneira nesse momento de doce sofreguidão.
Não vou seguir nenhum critério de escrita, apenas colocarei minhas memórias, sem lapidações ou consertos, o pensamento na sua forma bruta, como bruta é a paixão pura, a mesma que dilacera o fígado regado a grandes doses de conhaque quente.
Já que perdi novamente e por estar acostumado a perder, busco uma saída alternativa, algo que supra a minha necessidade de expressar as divagações. E este caderno pobre e barato terá essa missão, a de confortar um coração inebriado por pensamentos sôfregos.
Isso não quer dizer a quem tiver a sorte ou o azar de folhear suas páginas, que encontrarão somente versos tristes e lamentações. Esses se enganam, porque o sofrer de amor ou da falta dele gera risos, seja de falsas alegrias ou de desespero, não importa, ele é engraçado.
Por isso digo que esses momentos são de doce sofreguidão, porque o amargo se alterna com a doçura de poucos instantes de puro gozo mecânico.
Enfim, este caderno é livre, como livre deve ser o pensamento e a inspiração.

Um comentário:

Valter disse...

A folha aceita tudo, desde nobres projetos até as piores intenções humanas... cabe a nós preenchê-las com sabedoria.
Mas tem música especial sobre esse instrumento, tão cantada tão bem por Toquinho... Caderno...
Saudações!