terça-feira, 8 de abril de 2008

A PAIXÃO DA LOUCA E A FADA ALZIRA

Houve um tempo em que eu estava apaixonada. Não sabia o que isso queria dizer, mas as coisas se retraiam a uma dimensão tão pequena que aumentava exacerbadamente um único nome, um único rosto, um único corpo. A mente e os gestos que se subtraiam numa cegueira efervescente.

Os ouvidos preparados a uma só ordem, a uma beleza que hoje confesso, não era tanta como imaginava. Mas dizem que a paixão é cega. E eu pude comprovar isso. Pena que hoje tenho de reconhecer que essa cegueira me deixava em lugares de louco. Mas não sou louca!..Quando louca, estava com aquele calor e angustia que não se correspondiam.

Ah, se eu pudesse voltar atrás, me apaixonaria de novo, com a mesma ênfase, senão maior, mas seria diferente. Eu gritaria, correria, dançaria, pediria aos outros que me esquecessem. Seria tão bom!..Teria o bom humor de sempre, só que em doses exageradas de risos descontrolados. Assim seria minha paixão. Eu não seria louca!

Aquele jovem, magro e alto, de pele moreno jambo e rosto ossudo, mas bem definido. Foi ele a causa da minha paixão. Dizia acreditar em Deus, mas era o diabo em tentação. Os lábios carnudos sussurravam palavras como doces perfumes e a voz era de uma musicalidade inocente e ao mesmo tempo libidinosa. Os olhos negros e grandes eram atentos e dificultava a fuga.

Tem muita gente aqui nesse lugar. As paredes cheias de lodo, o mal cheiro de urina que exala do banheiro sujo. Alguém passa por mim e sorri. Um sorriso simpático, mas triste e confuso. Correspondo. Abaixo a cabeça e olho para o chão. Lembro da paixão!

Sabe o que eu queria mesmo? Era ter amado! Ah Deus, se eu pudesse transformar a paixão em amor!..Mas não existem fórmulas.

As fadas são quem vivem tentando achá-las. Até a incompetente Alzira, anda mais pra lá do que pra cá, depois que não conseguiu me convencer de que é possível transformar a febre da paixão em calmo amor. Vêm sempre com suas teorias mal elaboradas, dizendo ser entendida das coisas do coração. Triste Alzira. Tão entendedora e vive sozinha por ai, aconselhando quem viveu na prática o que fadas só conhecem na teoria. Ela ainda aparece de vez em quando. Já apareceu bem mais vezes.

Mas nos últimos dias, vi Alzira somente na noite da grande chuva. Bem que eu percebi que sua fisionomia não estava para fada, mas sim para humana desiludida!

Será que Alzira se apaixonou por algum duende de sua terra? Bem feito, se isso aconteceu de verdade!

4 comentários:

Farah Bucater disse...

Esse cara manja mto do que fala e do que faz,
feliz sou eu por poder compartilhar um pouco dos pequenos momentos perto dessa pessoa exemplar!
ahuahuah
se cuida querido

Unknown disse...

Primo!!!

Show!!! Adooooorei o que escreveu.

Paixão!!! Essa tal paixão louca e ao mesmo tempo gostosa e dolorida...rs

Amo Você!!!
Sucesso sempre.

Unknown disse...

Luizinho Brito, camarada...

Sucesso e felicidades!!!

Flw!!!

Unknown disse...

Esse eh o nosso amigo luiz,sempre inovando,varias formas de pensa e compartilhar sua s poesias legais,um exemplo de pessoa.
valeu luiz
eh nois uasuhsuahsuasua
fica com deus