sábado, 11 de julho de 2009

EU & ELA


Não resisti. Recorri a ela. Bem que fui forte porque consegui sobreviver sem sequer olhar para um dos seus livros. Acontece que de uma hora para a outra perdi o que ela chama de “inteligência emocional” e uma nuvem de supostos problemas existênciais me cobriram por inteiro e então não via nada além. As soluções, o pragmatismo, a vontade de dizer as coisas diretamente, sem rodeios, devaneios e meias palavras desapareceram e então fiquei sem o que ela chama de “auto – controle”, “auto-confiança”, não sei se com ou sem hífen, nem a língua portuguesa estou entendendo direito. E olha que ela é bem mais fácil do que a arte de viver sem problemas, como ela sugere.
Eu bem que tento viver modernamente, com pensamentos otimistas e visionários, mas como todo canceriano abobalhado, não consegue se desgrudar das morais, das memórias do passado, dos medos, e destas coisas demodé e nostálgica. Essas sensações emotivas ou emocionais me atrapalham muito na tentativa de ser uma pessoa pragmática, direta e objetiva.
Como me acho inteligente, penso que tudo é força de vontade, espiritualidade, equilibrio e um pouco de sorte. Bem, tudo isso é o que ela diz, então não é nada de novo para mim. Aprendi sozinho.
O problema maior dos meus problemas é justamente a insegurança em admitir para mim mesmo o que ela vive dizendo com propriedade nos consultórios de análise, psicoterapia e nos seus best-sellers. É como se eu soubesse por experiência fazer um bom prato e por insegurança, não abrir mão da receita ao lado, mesmo que eu nem dê atenção a ela.
Bom, para não prolongar mais essa chatice de texto, digo que o que me acontece ultimamente, a efervescência frenética, a prodigiosidade; me confunde, me assusta e me deixa inseguro. Por isso, não tive outro jeito, me rendi a ela. A AUTO-AJUDA.
Quando não há jeito que dê jeito, não tem jeito. Os pré e os conceitos, até mesmo a filosofia ocidental, se escondem na gaveta do armário e aí o jeito é recorrer a quem tá mais próximo.

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