sexta-feira, 15 de junho de 2007

ASSIMETRIA

No meu rosto tem uma assimetria
Assimetria de vida, assimetria na vida.
O espelho reflete o que todos enxergam
Mas eu não a vejo mais, ou então, cansei de vê-la.

Um marco no rosto e no corpo.
Marcas da vida. Da vida que não escolhi.
Espanto. Encanto. Decanto. Um canto.
De qualquer canto e em qualquer canto.
Observo as diferenças, tão iguais diante de mim.
Assim sou e assim vou.
Eu e minha assimetria e as tantas assimetrias
Entender as formas simétricas de um desarmônico.

Da beleza de uma poesia concreta
Que trago no rosto, eu sou poesia!
Micro poesia humana, numa assimetria concreta.
Não sou obra de Antunes, Haroldo, Augusto...
Busco existência em Sartre. Sou obra da vida!
Da tua vida, da vida dos outros, da minha vida.

Dos olhos que me olham e dos risos que me riem
Espanto.Compaixão.Beleza.
Fico com a emoção assimétrica de quem me vê.
Eu sou arte! Tão concreta quanto os olhares!Tão humano quanto à vida e poético como o mundo.

LUIZINHO BRITO

3 comentários:

Aryane Collin disse...

Fála luizinho, bela poema ássarei sempre por aqui viooo???????
Beijão
Aryane.

LUIZINHO BRITO disse...

Olá Luizinho, gostei muito, mas muito mesmo de seu poema. Tem uma dicção
forte, "faca só lâmina", à la João Cabral. Aliás poeta também tão importante
dentro do Paideuma e do projeto concretista.
Parabéns e obrigada,

Forte abraço,

Lenora

RISADA disse...

Muito bom