quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
ALUCINAÇÃO
Naquele instante eu queria ouvir alguma coisa mais alegre, mas achei interessante aqueles cabeludos fazendo um som puro e tranquilo, com letras serenas. Percebi que eles envelheceram e até os cabelos loiros, longos e mal tratados, estavam descolorindo, ganhando uma tez esbranquecida.
Passei a pensar no que houve. Dois grandes grupos barulhentos que com o tempo resolveram mudar seus estilos musicais, ou seria apenas uma homenagem aos 50 anos do gênero musical ue se consagrou como o verdadeiro som brasileiro pelo mundo afora?
Eu bebia cerveja e com muita estranheza me entregava aquele momento ao som sofisticado das batidas do violão, da pureza do piano e a nada convencional leveza da bateria num ritmo único sem grandes evoluções. Me agradava aquilo tudo, mesmo que fossem Skid Row e Guns N´Rose.
Não era a belíssima November Rain, mas a doçura de Avião que me fazia bem naquele momento. As pessoas que compunham a platéia também gostavam do show. Muito mais familiarizados com o show do que eu que me sentia um estranho no ninho.
Foi então que percebi que eu envelheci e meus idolos também envelheceram. Mas não foi um envelhecer no sentido ruim da palavra, mas sim, no sentido de apurarmos cada vez mais nossos conhecimentos e nossos gostos. É a evolução e não a revolução de outrora.
A tendência de buscarmos o aprimoramento naquilo que fazemos e a disposição que temos de nos adaptar a mudança dos tempos e ele é infinito.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
A MORTE DE CADA MINUTO
Comecei a perceber, diante das palavras proferidas pela escritora, que eu morro a cada dia por deixar de fazer o que quero, de atender as minhas vontades, minhas luxúrias, saberes, minhas honrarias dignas e até as minhas vaidades. Como eu morro quando não sou capaz de me identificar com aqueles que se assemelham tanto a mim. É, essas são frases que nem sempre fazem tanto sentido como deveriam, mas nos joga na fogueira do pensamento ou dos pensamentos em busca de diáfanas explicações mundanas.
Mas para os que bem sabem da morte e não se deixam levar pelo seu sentido de perda, o nascer é que acaba se tornando o grande mistério.
Uma fonte de onde se brota a cada momento uma nova vida e é de vida que vivemos e talvez eu conclua, diante desse pensamento nem tão organizado como se pretendia, que se eu morro a cada instante em que não consigo me realizar é porque a cada instante existe um nascer cheio de vida querendo me tomar e que pela perfeição universal eu sou limitado, ou seja, pouco espaço para muito mundo. Então, para que um novo mundo me entre, com seus mistérios e saberes, devo me admitir a morrer. Sempre!
SÓ ME FALTA SER EU - UM PENSAMENTO PERDIDO
Mas voltando a mim, cada vez que vou falar de mim, acabo me redescobrindo pelas coisas que deixei de fazer, seja por nunca antes ter pensado ou por algum motivo esquecido.
Não sei se sou egocentrísta, mas quando perguntam sobre mim e sobre as coisas que supostamente já fiz de interessante, sinto vontade de dizer que fui Clarisse Lispector num momento da vida e hoje ainda sou um pouco, que noutra hora fui Paulo Machado de Carvalho, Cazuza, Jorge Amado, Billie Holliday, Maysa, eu já fui de todos os meus ídolos um pouco. Só me falta ser eu mesmo. Pois ainda não me descobri por completo.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
UMA SUGESTÃO DE BLOG
O melhor de se ter um blog é a liberdade que temos para falar dos mais diversos assuntos, sem se preocupar muito com regras linguísticas ou conteúdos, como é o caso deste aqui. O mais importante é falar sobre o que pensamos naquele momento, ler os comentários ( a melhor parte!) que os leitores fazem, as vezes nem tão elogiosos porém válidos.
É uma verdadeira terapia, como já disse o blogueiro Tiago ( o link tá ao lado) que acabou se tornando um amigo e leitor assíduo deste blog. As vezes quando não estamos muito para conversas, ou quando enfrentamos uma situação qualquer, quando queremos nos interiorizar, vimos para o computador e descarregamos todas a nossas angústias, alegrias, dentre outros na escrita e assim, percebemos o quanto somos carentes de expor nossos ponto de vistas, nossas emoções e pensamentos.
E a partir desse breve comentário é que quero apresentar aos meus leitores e amigos o mais novo blogueiro Rogério Santos. Uma pessoa que também se dedica a pensar a vida a partir do mundo e analisá-lo de maneira crítica, colocando suas próprias experiências pessoais como baliza para o entendimento universal.
O link para o blog dele está aí ao lado direito e desejo toda a sorte e sucesso para ele nessa seara virtual e convido todos os frequentadores do MicroPoesiaHumana para acessar, ler e comentar os excelentes posts que lá estarão a partir de agora.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A INSPIRAÇÃO VEM DE ONDE?
Acho que esse passeio caseiro e virtual por momentos marcantes da sétima arte pode ter sido a causa da minha perturbação.
Parece desinteressante esse relato mas ele serve para explicar a metamorfose kafkaniana que me aconteceu enquanto eu dormia. Eu sofri uma transformação durante o sono transtornado e logo, lugares que nunca fui, personagens que nunca vi e situações que nunca vivi me tomaram por completo, me fazendo levantar várias vezes para tomar água na tentativa de satisfazer uma ressaca insaciável. O mais engraçado é que mesmo sendo interrompido por pelo menos umas três vezes para ingerir fartos copos d´aguas, eu voltava ao mesmo devaneio,, por isso me senti como se sentiu Gregor Samsa no clássico da literatura.
Acordei nessa manhã, não tão cedo é claro, e coloquei a utopia no meu caderno de brochura que também apareceu nele. Ou seja, fui servo de um distúrbio noturno.
Agora que estou bem acordado, consigo decifrar o que tudo aquilo me dizia (se é que tinham a intenção de me dizer algo) e provavelmente uma nova história sairá em breve, cujo título não foi dado por mim e sim pelos personagens que invadiram minha última noite. Não direi agora para não estragar a surpresa e para que eu também não seja pego de surpresa. E assim veio a inspiração, de um sonho de uma noite de primavera (quase verão) mal dormida.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
O PRAZER DE ESCREVER BOBAGENS
Prazer por prazer fico com a escrita. Pelo menos não preciso pagar nada além do que já pago para escrever e ninguém precisa pagar nada mais para ler. E se não gostar do que eu redigi não sai no prejuízo. Isso sim é prazer virtual.
Pense comigo, se todo mundo que fica enrolando na internet até altas horas, muitas vezes jogando, vendo o orkut dos outros, ou então papeando uma conversa furada com um suposto amigo que se conhece só pelo messenger mas é considerado íntimo só pelo fato de não se verem. Se verem? Será essa a palavra correta? Enfim, continuemos. Se todo esse povo que espera madrugar pra ficar vendo putaria no computador e que muitas vezes pagam para ver umas imagens de bundas e sexos deprimentes descobrissem o prazer de escrever, certamente não perderiam seu precioso tempo noturno com essas sacanagens que por sí só já é uma puta sacanagem. É bem possível que mais merdas como essa que transcrevo aparecesse como praga. Seria um risco mas putaria por putaria, estava valendo.
Mas acredito que no meio de tantas bobagens que os frustrados como eu escreveriam, alguns se destacariam por pensar e falar algo de interessante. Mesmo que seja sobre a mulher, a sogra, o chefe, ou sobre a raça do cachorrinho que o jardineiro encontrou no portão da casa onde ele trabalha. Outros poderão até discutir a crise global, colocar palavras técnicas e bonitas, terão aqueles que defenderão a política. Enfim, não deixaria de ser uma putaria. Mas a diferença é que ao invés de ter que pagar para ver algo que nem se sabe o que é, fariamos a nossa sacanagem e de graça.
Não é amor.
Ainda que uma inspiração nova
Cheias de sonhos e segredos
Ao mesmo tempo que cega, suspeito.
Não é paixão.
Ainda que eu consiga ver a loucura
Que não é a minha, mas a do outro
Empolga em silêncio, desconfio.
Não é posse.
Ainda que me sinto atraído pela cor
Vermelha do sexo, atemporal
Constante e parco.
É fantasia.
Asfixiada pela posse
De uma paixão possível.
É vontade.
Acordada por minhas aspirações e divagações
Transformadas no que deveria ser
Imagino.
O amor.
LUIZINHO BRITO.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
VIVER COM LIBERDADE
Não foram poucas as vezes em que me confundia na ilusão daquilo que nada mais era do que adaptação para agradar e não incomodar, tentando dessa forma ser uma pessoa que fosse agradável a todos, sem opinião própria, sem destino e posso até dizer que sem vida própria. Eu vivia no mundo determinado pelos que me rodeavam. Coisas de gente covarde que se contenta com pouco e abre mão de si para viver a vida dos outros.
Mas uma fúria de vivacidade me tomou nos últimos tempos, me colocando a frente da vida como ela é de fato e pude me certificar que ela é a forma livre de ser. LIBERDADE!
Viver é ter liberdade para sermos o que bem quisermos, sem se importar com as adaptações. Nada melhor do que agradar a nós mesmo quando não sabemos o que de fato agrada o outro. Cada um que tente se agradar da forma que achar melhor, porque hoje eu mudei de verdade e vivo intensamente cada um dos meus desejos. E admito, o Universo tem me retribuído muito a ponto de me fazer consentir com toda segurança que estou feliz e realizado.
Por ora pensei, por que demorei tanto? Se tivesse percebido antes talvez vivesse esse êxtase a mais tempo, mas depois me recompondo e organizando meus pensamentos conclui que não demorou nada, apenas veio na hora certa, para que eu possa aproveitá-la com segurança e qualidade.
OBRIGADO UNIVERSO, OBRIGADO MEU DEUS! AXÉ PARA MIM E PARA TODOS!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
FRASES VAZIAS MAS QUE FAZEM SENTIDO
Cada fase que estamos, ora mais felizes, ora nem tanto, cheio de manias que trocamos a cada dia, nos determinam alguns desafios pelos quais somente os corajosos são capazes de enfrentá-los. Diferente dos medrosos ou acomodados que para não ter que correr riscos preferem ignorar suas fases e temperando a vida numa eterna falta do que fazer.
Estou feliz nesse momento da vida, simplesmente porque aproveito cada minuto dessa nova fase para me auto avaliar, crescer e melhorar como ser humano. É um período de grandes descobertas, inclusive de construir novas amizades sinceras e duradouras. É a liberdade de ser o que sou na minha essência, sem barreiras e falsas imagens. É isso.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
SEARA EFÊMERA OU ERA DE AQUÁRIUS PESSOAL
Sem que eu planejasse entrei numa espécie de "era de aquário pessoal" onde me sinto mais seguro no que me envolvo, seja ela profissional, social ou afetivo. Todas essas áreas estão de certa forma preenchidas por algum acontecimento. Por enquanto está suspensa aquela frase poética que criei numa situação de depre, "Acontece coisas na vida de todo mundo e eu só vivo pra testemunhar aquilo que acontece na vida dos outros". Mal sei como anda a vida do povo. Nem mesmo a da família. Aparentemente tá tudo bem.
Estou na fase do desapego. Desapego do achismo dos outros, desapego das vaidades, desapego das pessoas (aqui pode ser dúbia a interpretação), mas o fato é que estou vivendo cada momento como único e efêmero, nada de ficar muito tempo na mesma coisa. A vida é rápida e dinâmica e a gente tem que se adaptar a esse ritmo para não se perder e parar no tempo.
Devo tá falando um monte de bobagens e isso é intencional, pois estou escrevendo aquilo que penso enquanto estou olhando para a tela, se daqui a alguns minutos eu mudar de idéia, volto e digo que mudei e se mudar de novo, volto novamente e assim vou indo...
O importante para mim agora é que estou numa seara efêmera, onde eu sou mais importante. Não porque estão me reconhecendo, muito pelo contrário, tenho consciência de que estou relapso numa série de atribuições. O que não quer dizer que eu esteja irresponsável.
Pago o preço por aquilo que faço sem nenhum remorso, é a lei da causa e efeito. Não tenho provocado nada, apenas deixo que a vida aconteça dentro do que é permitido.
É isso por enquanto, mas logo volto pra falar mais...
domingo, 31 de agosto de 2008
Para hoje uma canção lindíssima da Whitney Houston e abaixo a tradução.
GREATEST LOVE FOR ALL ( Tradução )
Eu acredito que as crianças são nosso futuro
Ensine-os bem e deixe-os conduzir o caminho
Mostre-lhes toda a beleza que eles possuem dentro de si
Dê-lhes uma sensação de orgulho para tornar isto mais fácil
Deixe o riso das crianças lembrar-nos de como nós éramos
Todo mundo procura por um herói
As pessoas precisam de alguém para se espelharem
Eu nunca encontrei alguém que satisfizesse minhas necessidades
Um lugar solitário para se estar,
então eu aprendi a depender de mim
refrão:
Eu decidi há muito tempo nunca andar na sombra de alguém
Se eu falhei, se eu fui bem sucedida,
pelo menos eu vivi como eu acreditei.
Não importa o que levem de mim,
eles não podem tirar minha dignidade
Porque o maior amor de todos está acontecendo em mim
Eu encontrei o maior amor de todos dentro de mim
O maior amor de todos
É fácil de alcançar aprendendo a amar a si mesmo
Este é o maior amor de todos
E se por acaso aquele lugar especial
Que você tem sonhado
Te levar para um lugar solitário
Encontre sua força no amor
(Tradução: Klaus Izelli Junior
terça-feira, 26 de agosto de 2008
SE DESILUDIR NEM SEMPRE É RUIM
Outro dia mesmo fui surpreendido por uma desilusão que se tivesse me acontecido aos vinte anos, certamente eu estaria mergulhado numa profunda depressão, vivendo uma dramaticidade daquelas de novela. Estaria me arrastando em lágrimas. Talvez até me trancaria num quarto escuro e não me empolgaria para mais nada na vida.
Alguns amigos meus ao saber do ocorrido - que me desculpem os leitores curiosos, mas não vale a pena transcrevê-lo aqui - me disseram que isso aconteceu para eu aprender. Mas quem disse que nós seres humanos aprendemos alguma coisa com erros?
Para mim o erro é só mais uma experiência. Ele não me impedirá de comete-lo novamente a não ser que eu seja covarde o suficiente para não ir em busca das coisas que acredito que me serão boas ou satisfatória. Nenhuma ação vem com selo de acerto ou erro.
Por isso é que me vejo na condição humana de respirar fundo, engolir o choro, olhar para frente e dizer no popular "Me fodi!" sem grandes dramas ou ressentimentos. Apenas uma náusea ou falta de entendimento, mas nada de se enterrar na desilusão como se ela fosse o fim da vida.
Para ser sincero não quero nem entendimento do que ocorreu, apenas passou me deixando o tempo como testemunha e a legitimidade de dizer para outros que possívelmente cairão nessas armadilhas de falar "Eu já passei por isso" e fazer o papel do amigo consolador.
No fundo acho até que fiquei feliz por ter acontecido isso, pois foi a certeza de que estou mais maduro para enfrentar novos desafios e que a vida tem muito a me oferecer seja de acertos, erros ou simplesmente prazer.
Viva a vida, porque viver é buscar a felicidade e como ela não vem com selo a gente fica com as experiências.
domingo, 17 de agosto de 2008
BÁSICO
Como disse uma vez um amigo meu, a oportunidade é como onda, se não pegarmos naquele momento, já era. Por isso estou muito empenhado nesse trampo.
Quero deixar minha homenagem ao grande poeta do mar que nos deixou neste final de semana, mas que será sempre lembrado pelas letras das suas canções. Alguém que soube mostrar a Bahia de forma romântica e poética, inspirando poetas, músicos e artistas em geral.
Que Oxalá acolha nosso querido Dorival Caymmi.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
RAPIDINHA
Acabei concluindo que o relacionamento é uma única via com duplo sentido, que levam a lugares obscuros, onde nem sempre chegamos no mesmo lugar.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
O ACASO ESPERADO DA VIDA!
O fato de eu não ter vindo postar não significa que minha mente esteja num oásis do ostracismo racional, muito pelo contrário, tenho refletido sobre muitas coisas que eu gostaria de compartilhar com os amigos leitores. Principalmente sobre as pessoas que aparecem e desaparecem em nossas vidas e com isso também a questão do acaso.
Numa manhã dessas eu me levantei, li o jornal do dia como de hábito e por acaso liguei a tv num desses programas matinais que tratam de assuntos femininos e lá estava uma senhora elegante dizendo que não acredita no acaso. Ela é espírita Kardecista e discorria sobre cirurgias espírituais. Mais do que o assunto que apesar de interessante não era o que eu procurava naquele horário, me chamou a atenção a frase: "Eu não acredito no acaso" e passei a pensar nisso.
No último final de semana me apareceu algumas pessoas que me fizeram tão bem, me instigaram coisas novas, experiências heterodoxas e me encheram de esperanças na vida a dois. Mas a efemeridade com que as coisas aconteceram naquela sexta feira e o sumiço repentino dessas pessoas ( é claro que houve alguém de maior destaque naquele grupo, pelo menos para mim), me fez pensar o seguinte: "Se não foi por acaso que eu os conheci naquele bar, levei para minha casa, bebemos, dançamos, nos divertimos que sentido então teria acontecer tudo isso?", o que a vida quis me dizer então?".
Acho que preciso entender melhor sobre as casualidades e o acaso para saber se eu não estou errado quanto a concepção da vida. Vou ler Allan Kardec. Por acaso.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
UM BREVE COMENTÁRIO
Ando dizendo para os amigos mais próximos que aniversário em que se fecha uma década, precisa ser comemorado durante o ano todo. É como comemorar o centenário de Imigração Japonesa. Tem que ter festa todos os dias, mas claro, desde que ela seja diversificada. Não dá para ficar todos os dias com os mesmos amigos, nos mesmos assuntos e com a mesma bebedeira.
Mas há muito que podemos fazer quando se trata de comemorações. Desde festinhas caseiras, conversas e paqueras em bares e botecos, assistir uma peça de teatro ou um filme.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
CHEGOU O INVERNO
De qualquer modo usarei a criatividade para enfrentar o inverno, se não aparecer ninguém fico com meus livros, meus discos e nada mais.
segunda-feira, 16 de junho de 2008
ESCRITOS VAZIOS, MAS QUE FAZ BEM ESCREVER E LER.
Uma conversa sem nexo, sem intenção, embora intencionalmente excitante faz muito bem a nossa alma e ajuda a encararmos o mundo com um pouco mais de sonho.
O sonho pode não ser o perfeito, aliás sonhos costumam esvair-se das perfeições, basta ver quando alguns deles se concretizam. Semprem vem com um monte de realidade concreta que perde até a leveza gostosa que todo abstracionismo nos proporciona.
Eu sinto que quando converso com alguém, tipo olho no olho, meus sentidos abstratos se afloram (nossa eu adoro essa palavra!) e acabo vendo horizonte, ou melhor, vejo além do horizonte mesmo sem saber o que existe por lá. Talvez seja como Roberto Carlos canta "deve ter algum lugar bonito pra gente viver em paz", mas mesmo que ao contrário disso, haja somente a ilusão e um novo horizonte, admito que me faz bem isso e me faz um pouco mais feliz, mesmo que eu ainda pouco saiba o que vem a ser a felicidade.
É isso!
sábado, 7 de junho de 2008
EU NÃO SEI O QUE É O AMOR REALMENTE
Depois me disseram que isso não era amor realmente, mas sim, paixão. Que droga! Tentei amar e o minímo que consegui foi uma paixão. E assim tem sido ao longo da minha curta história de relacionamentos. Uma paixão atras da outra sem um sentimento profundo de amor. Aliás, Raimundo Carreiro já disse num dos seus romances que o " Amor não traz bons sentimentos". Mas mesmo assim, quero esses sentimentos, pelo menos para chegar aqui no blog e poder dizer com segurança e experiencia: "Eu amei realmente".
segunda-feira, 2 de junho de 2008
She Walks In Beauty
Lord Byron (1788 - 1824)
Ela passeia com sua beleza pela noite
De um firmamento límpido e estrelado;
E o contraste entre as trevas e o esplendor
Confundem-se-lhe no semblante e no olhar:
E assim, amenizada, aquela terna luz
Deslumbrando os céus, recusa a aurora.
Uma sombra a mais, um reflexo a menos,
Ofuscariam aquele incrível encanto
Cujas ondulações entrelaçavam as trevas,
Mas cintilavam brandamente em sua face;
Onde serenas e doces recordações moravam
Em magnífico e prazenteiro lar
E naquele rosto; sobre aqueles olhos,
Tão suaves, tão calmos, tão sublimes,
O sorriso triunfa e as cores resplandecem,
Mas bendizem os duros dias já passados,
Pois uma alma em paz, reina sobranceira,
Num coração cujo amor é inocente!
LORD BYRON
e nunca amarás! Tua vontade não abriga o amor,
não posso culpar-te por isso, apesar de ser minha sina
Amar - te muito, erradamente, em vão.
Lord Byron ( 1788-1824) - poeta inglês
MICHELÂNGELO
Vida aos meus pensamentos dentro de seu coração é dada;
Minhas palavras começam a respirar sobre teu hálito...
Por que devo procurar apaziguar desejo intenso
Com ainda mais lágrimas e palavras sopradas de dor,
Quando o céu, mais tarde ou mais cedo, não manda alívio.
Para as almas a quem o amor vestiu com fogo?
Miguel Ângelo Bounarroti (1475-1564)
domingo, 1 de junho de 2008
FESTINHA CASEIRA!
Fazia um certo tempo que eu não organizava uma bagunça doméstica que ultrapassasse a meia-noite com o som alto e que me desse o prazer de confabular, dançar e até exagerar um pouco na bebida. Não sei porque motivo eu andava muito desanimado com festas. Principalmente quando se tratava de festas caseiras. Mas esta que de certa forma aconteceu inesperadamente e reuniu um grupo de amigos que nem era até então muito afinados, salvo algumas excessões, me deixou mais leve nesse domingo. Tanto que ao contrário de ficar com aquele ar cansado de quem foi dormir as 6 da manhã e acordou as 11 e com sensação de ressaca, acordei super disposto, cheio de energias até para fazer coisas que eu andava protelando. Veja só que poder a festa tem!
Mas suspeito que meu coração vagabundo está se despertando para uma nova paixonite. Uma única frase que derrepente me induziu a pensar que o mundo esteja ao meu favor. Sei lá. Preciso esperar o que acontecerá na semana para me certificar daquilo que minha intuição indica.
Já que estou nessa energia de festa, então que ela permaneça viva pela semana que se chega para que eu tenha um pouco mais de sorte nessa nova empreitada.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
LIVRO : O AMOR ENTRE IGUAIS
Esse livro foi lançado em 2004 e trata do tema com grande profundidade, fazendo um balanço histórico de como a sexualidade foi tratada ao longo da História, passando pela mitologia, simbolos, religião, política, personalidades, a reação da sociedade diante do fato ao longo de vários séculos, fazendo inclusive análises científicas e biológicas referentes. Numa linguagem que transita entre o sociológico e o jornalístico, ele é um instrumento importante para quem quer entender mais sobre esse fenômeno polêmico.
O autor sempre deixa explícita durante a sua explanação a sua opinião a favor da tolerância e do fim do preconceito.
Seria muito bom que livros como esse fossem mais acessíveis para que a sociedade conhecesse mais sobre a homossexualidade. O conhecimento e a discussão é que leva ao amadurecimento do pensamento social e a quebra de preconceitos e paradigmas. Leitura quase obrigatória para a comunidade GLBT.
Editora: Mythos Engenharia
ISBN: 8598914010
Ano: 2004
Edição: 1
Número de páginas: 232
Acabamento: Brochura
Formato: Médio
terça-feira, 27 de maio de 2008
E A VIDA CONTINUA...
Depois de um domingo fervoroso na Avenida Paulista onde se realizou mais uma deliciosa edição da Parada Gay, a vida volta ao normal. É inegável que para o espírito de quem sofre diariamente com as discrinações e preconceito, a semana terá um ar mais leve - mesmo em meio a poluição - e com um sentimento de conquista, orgulho ou qualquer coisa assim. É realmente a melhor terapia que alguém nessas condições pode ter, como me afirmou um dia desses o escritor João Silvério Trevisan. Mas é uma pena que ele seja tão efêmero.
terça-feira, 20 de maio de 2008
HOMOFOBIA MATA! POR UM ESTADO LAICO DE FATO
Acho interessante o Mês do Orgulho GLBT acontecer no mês de maio, justamente no ano em que se completa 40 anos o referencial 1968 em que vários países do mundo, incluindo o Brasil, se mobilizaram para uma transformação comportamental, político e social. Foi um ano em que as pessoas se rebelaram em busca de um ideal pautado na liberdade.
Hoje, fazendo uma analise simplória e sem grandes conhecimentos, não é difícil reconhecer que as Paradas GLBT se afirmam como uma das principais referências na busca da liberdade.
Para acompanhar toda a programação do "XII MÊS DO ORGULHO GLBT", acesse o site:
http://www.paradasp.org.br/parada2008/
segunda-feira, 12 de maio de 2008
QUERO O QUE ME É ESPELHO! UMA VISÃO NARCISISTA!
Acabei naquele dia sozinho no meu quarto ouvindo a Janis Joplin, mais precisamente a música Kosmic Blue e tentando entender, ou melhor, tentando me entender depois que fiquei por alguns instantes confabulando com dois amigos que eu ainda não tive a verdadeira impressão sobre eles, embora os sinais me revelassem uma paixão simultaneamente recolhida e sofrida entre ambos e que a qualquer momento se florescerá. Assim espero!
Quanto a mim, vivo agora e aqui sozinho no meu quarto ouvindo Janis Joplin, tentando me entender a fim de que seja um dia entendido também.
Cansei de ficar procurando agulha no palheiro. É bem melhor que eu espere o meu momento, mesmo que ele dure uma eternidade, mas neste caso, que a eternidade não dure para sempre, senão será o meu fim.
Voltei agora pouco de uma festa. Quer dizer, de duas festas parecidíssimas. Trata-se de festas religiosas do Candomblé em homenagem a Ogum, que no catolicismo é sincretizado por São Jorge Guerreiro e assim como ele que venceu o dragão montado em seu cavalo e usando apenas uma lança, sinto que também vencerei essa solidão que me é confortada ao som de Janis Joplin.
Quanto aos meus amigos, espero que se libertem logo deste preconceito, insegurança ou medo que os separa e assumem de vez essa paixão ou amor, sei lá. E que parem de se entreolhar e dizer subjetividades na minha frente, para que eu possa ter esperança e pare de invejar aqueles que se amam num momento em que não consigo sequer amar alguém. Mesmo sabendo que tem alguém que me ama, mas que para os meus princípios ainda não me cabe. Eu quero amar sim, mas quero amar aquele que me é espelho. Será tão difícil assim?
Se for, então que eu não ame ninguém além de mim, porque dos diferentes eu quero a semelhança, porque é nela que me conforto e é ela que quero, o resto é apenas resto. E esse resto não me pertence.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
UM APURO, UM IMPROVISO, UM SUCESSO!
A avaliação que faço do que ocorreu e que não vale a pena detalhá-lo aqui no blog, pelo menos por enquanto, é que aceitei o desafio de promover um evento no meio de um feriado prolongado e com apenas dois dias para organizá-los. Contabilizando o frio, a chuva, a gripe e o improviso devo dizer que a minha atividade de trabalho em que eu teria de contar com pelo menos 6 pessoas importantes, acabou com um saldo de 22 pessoas importantes que compareceram. Ou seja, tive sucesso, elogios e uma injeção de auto confiança. Mas agora a experiência me dirá que é quase impossível fazer pequenos eventos em feriado prolongado, tendo apenas dois dias de organização.
Sem falsa modéstia e um pouco egocêntrico, Parabéns para mim!
NÃO ACONTECEU
sexta-feira, 2 de maio de 2008
MARCHA DA MACONHA
Chegamos a mais um final de semana com um feriadão prolongado em comemoração ao Dia do Trabalho e até que me atentei para as reivindicações das centrais sindicais quanto a redução da jornada de trabalho e o tal imposto sindical. Mas o que mais têm me chamado a atenção é a Marcha da Maconha que acontecerá aqui em São Paulo.
O Ministério Público até que tentou barrar, mas o Tribunal de Justiça liberou a Marcha. Acho que esta passeata é um passo importante para que possamos nos encorajar a discutir outros temas espinhosos para a nossa sociedade, tais como a liberação do aborto e a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Eu fiquei encantado com as ruas tomadas de gente de todos os tipos ou tribos. Eu me programei para assistir o show da Gal Costa no palco da avenida São João no sábado e do Jorge Ben Jor no domingo. Mas, diante da diversidade de atividades, estava quase impossível ficar só nesses dois. Então resolvi caminhar pelo centro para sentir como estava a animação das pessoas e para minha surpresa, o palco que mais gostei foi o do Baile do Arouche que trouxe alguns artistas que estão fora da mídia como Nelson Ned, Miele, alguns desconhecidos e o simpatissimo Roberto Duna. Era sem dúvida nenhuma, o que me causou mais emoção.
Volto logo pra terminar o texto.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
NESTE FINAL DE SEMANA TEM VIRADA CULTURAL EM SÃO PAULO
O Virada Cultura foi inspirado nas noites brancas européias, principalmente as francesas em que o povo passa a madrugada na rua se divertindo.
Aqui, apesar do incidente causado no ano passado, durante o show dos Racionais MC´s na praça da Sé onde houve tumulto e vandalismo, as Viradas têm sido um sucesso e seu público aumenta a cada ano. Nesse ano a prefeitura estima um público de 3 milhões de pessoas. Para a realização do evento, gastou 7 milhões de reais vindo da Secretaria Municipal de Cultura.
O Metrô de São Paulo funcionará a noite toda de sábado para domingo e algumas linhas de ônibus terão seu horário de funcionamento estendido pela madrugada, a segurança está garantida pela PM e a CET estará orientando o trânsito. Segundo os organizadores, a infra-estrutura também foi reforçada esse ano.
Então é só pegar o bilhete único e se mandar! Segue abaixo anexo do site Folhaonline com a programação completa:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u387997.shtml
quinta-feira, 24 de abril de 2008
POESIA CONCRETA - O PROJETO VERBIVOCOVISUAL
A poesia concreta se propõe a novos modos de fazer poesia, visando a uma arte geral da palavra.
Para quem quiser saber mais sobre o projeto, ele também está disponível na internet pelo endereço:
www.poesiaconcreta.com.br,
o link está no lado direito da tela.
Começarei a lê-lo!
A VIDA DOS OUTROS - UM BELO FILME
Para quem ainda não viu, o filme está em cartaz no Germini, mas é bom correr!
terça-feira, 22 de abril de 2008
O TEMPO PASSOU NA JANELA E LUIZINHO NÃO VIU
Agora estou sem graça pra comemorar. Mas pensarei em algo bem legal pra postar, não só pra comemorar a o tempo em que o blog está no ar como também para comemorar os dez anos de existência dos blogs.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
CORRIDA
Corri pelas ruas, na velocidade do pensamento
Indagações, soluções e duvidas
A resposta não aceita
Não desisti
Continuei a correr
Em meus olhos o tempo e o espaço
A tristeza de Heráclito na minha realidade
Transformadas em vultos
Mas ainda assim, corri
Corri pra te perder de vez
E ganhar as estrelas do céu, todas elas
Tão desorientadas como o caminho.
Sinto a perseguição na alma
Sua perseguição em sombras!
Na velocidade do pensamento
Vejo que há caminhos, fujo deles
Me esbarro e o ar me falta
De nada me valem eles
Corri pra me perder
No achado do incerto
Um corpo molhado
Encharcado pelas lágrimas do suor
Um tropeço e ainda corri
Pra fugir de tudo, encontrar um novo tudo
Mesmo que fosse tudo de novo.
Cansado parei
E tudo também parou
Vi que nada mudou no tudo
Mas em mim tudo havia mudado.
LUIZINHO BRITO
terça-feira, 15 de abril de 2008
ESCRITOS
É matar um leão por dia e mesmo assim sempre aparece uma coisa ou outra que fica no final. As insatisfações são constantes e que bom que é assim. Não há momento de felicidade que não seja precedido de alguma tristeza. Faltam vinte minutos, mas ainda há tempo para que eu diga o que penso, mesmo que sem nexo, sem concordância. Díspare!
São coisas que me vêem e que tenho vontade de escrever. Sem me importar muito se agrado aos que me lêem. Mas me leiam e compartilhem comigo dessas divagações, por favor!
Já falta pouco pra eu terminar e mesmo que seja torturoso passar os olhos e buscar entendimento nesses escritos, se permita a me ver e eu assim me sentirei melhor...Bem melhor.
Obrigado e fé!
terça-feira, 8 de abril de 2008
A PAIXÃO DA LOUCA E A FADA ALZIRA
Houve um tempo em que eu estava apaixonada. Não sabia o que isso queria dizer, mas as coisas se retraiam a uma dimensão tão pequena que aumentava exacerbadamente um único nome, um único rosto, um único corpo. A mente e os gestos que se subtraiam numa cegueira efervescente.
Os ouvidos preparados a uma só ordem, a uma beleza que hoje confesso, não era tanta como imaginava. Mas dizem que a paixão é cega. E eu pude comprovar isso. Pena que hoje tenho de reconhecer que essa cegueira me deixava em lugares de louco. Mas não sou louca!..Quando louca, estava com aquele calor e angustia que não se correspondiam.
Ah, se eu pudesse voltar atrás, me apaixonaria de novo, com a mesma ênfase, senão maior, mas seria diferente. Eu gritaria, correria, dançaria, pediria aos outros que me esquecessem. Seria tão bom!..Teria o bom humor de sempre, só que em doses exageradas de risos descontrolados. Assim seria minha paixão. Eu não seria louca!
Aquele jovem, magro e alto, de pele moreno jambo e rosto ossudo, mas bem definido. Foi ele a causa da minha paixão. Dizia acreditar em Deus, mas era o diabo
Tem muita gente aqui nesse lugar. As paredes cheias de lodo, o mal cheiro de urina que exala do banheiro sujo. Alguém passa por mim e sorri. Um sorriso simpático, mas triste e confuso. Correspondo. Abaixo a cabeça e olho para o chão. Lembro da paixão!
Sabe o que eu queria mesmo? Era ter amado! Ah Deus, se eu pudesse transformar a paixão em amor!..Mas não existem fórmulas.
As fadas são quem vivem tentando achá-las. Até a incompetente Alzira, anda mais pra lá do que pra cá, depois que não conseguiu me convencer de que é possível transformar a febre da paixão em calmo amor. Vêm sempre com suas teorias mal elaboradas, dizendo ser entendida das coisas do coração. Triste Alzira. Tão entendedora e vive sozinha por ai, aconselhando quem viveu na prática o que fadas só conhecem na teoria. Ela ainda aparece de vez
Mas nos últimos dias, vi Alzira somente na noite da grande chuva. Bem que eu percebi que sua fisionomia não estava para fada, mas sim para humana desiludida!
Será que Alzira se apaixonou por algum duende de sua terra? Bem feito, se isso aconteceu de verdade!
segunda-feira, 7 de abril de 2008
VALE A PENA LER DE NOVO!
Preso
Me prendi,
Na liberdade que me acompanha
E na escuridão da madrugada
Te vejo por ai, solta na vida.
Vagando pelas ruas,
Tão menina, tão doce
Severa e triste
Desce a ladeira, corre as esquinas
Alguém te olha, além de mim
Olhos nos olhos
Sinto um coração que já não é meu
Foge do ritmo, se descontrola
Deus fizera os idiotas
E nada mais do que sou agora
Com penar, alguém te seduz
E procura-te nos lobos noturnos
Me prendi na solidão da liberdade
Sorrateira, tão menina, tão doce
Um sorriso comprado por um choro vendido
Descompassado está o que antes me pertencera
Agora só a ladeira e as esquinas me pertence.
Luizinho Brito
sexta-feira, 4 de abril de 2008
UMA HOMENAGEM A CAZUZA
A melhor maneira de falar de Cazuza é ouvir suas músicas, em especial "O Tempo não Para", que é uma das minhas favoritas.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Ventania
Pedro Nava
Pro Mário
O vento veio maluco lá do alto do Bonfim
e veio chorando da tristura do cemitério.
Zuniu na praça do mercado
assuviou as mulatas avenida do comércio
e mexeu na saia delas.
Arrancou folha das árvores
poeira sungou do chão
depois virou
Soprou
correu
danou
e entrou feito uma carga na avenida Afonso Pena,
O obelisco cortou ele pelo meio
mas ele foi avuando
e os fios da C.E.V.U. como cordas de viola
vibraram dum som longo
que cobriu Belo Horizonte feito um lamento.
O vento passou desmandado no Cruzeiro
saiu pro campo dobrou a mata
mas de repente
sua disparada pára na parede Serra do Curral
e o bicho stopa mas sapeca no morro um sopapo
que estrala que nem ginipapo
que mão raivosa
chispasse num muro curo..
Co-nhe-ceu papudo?
(1926)
Pedro da Silva Nava nasceu em Juiz de Fora (MG) no dia 05 de junho de 1903. Antes de formar-se em medicina pela Universidade de Minas Gerais, em 1927, já fazia parte de grupos interessados pela literatura, como o “Estrela” e “A Revista” (1923), publicação modernista que contava com Carlos Drummond de Andrade, Martins de Almeida, João Alphonsus e Gregoriano Canedo. Em 1924, encontrou-se com a caravana modernista, que mostrava o Brasil ao poeta francês Blaise Cendrars, da qual participavam Mário e Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral. Trocou, durante muito tempo, correspondências com o poeta Manuel Bandeira. Seu poema, “O Defunto”, foi publicado, em 1946, na “Antologia dos Poetas Bissextos”, organizada por Bandeira. Reconhecido como um dos melhores memorialistas do Brasil, sua obra mais conhecida, “Baú de Ossos”, foi publicada em 1972, seguindo-se “Balão cativo”, “Chão de ferro”, “Beira-Mar”, “Galo-das-Trevas” e “O Círio Perfeito”. Este último foi agraciado, em 1984, com o prêmio “Livro do Ano”, concedido pelo Museu de Literatura da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Em 1973, recebeu, no Rio de Janeiro (RJ), o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, concedido pelo Pen Club, e o Prêmio Personalidade Global - Setor Literatura, concedido pela Rede Globo de Televisão e pelo jornal O Globo. No ano de 1974 recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte – São Paulo (SP).
O autor suicidou-se na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no dia 13 de maio de 1984.
Extraído da “Revista Verde”, Cataguases (MG), ano 1, nº 3, novembro 1927, pág. 23.
sexta-feira, 28 de março de 2008
DICA DE LEITURA: RATO - LUIS CAPUCHO
"Numa casa de cômodos caindo aos pedaços, moram Dona Creuza e seu filho, um rapaz calado, seduzido pelos corpos masculinos que circulam pela pensão. Entre seus habitantes, justamente o mais contido é o que se mostra mais intenso, ao assumir uma paixão tão devastadora quanto efêmera com um novo morador.
Rato é o pseudônimo do protagonista e narrador do romance de Luiz Capucho. Dele, o leitor conhece os sonhos e desejos, mas jamais o nome. O jovem ?declaradamente enrustido? é sustentado pela mãe, lavadeira e passadeira, e coabita com tipos bizarros, como bêbados, drogados, lunáticos, marinheiros e aposentados, entre outros moradores. Ele passa os dias nesta atmosfera embriagante, desejando os hóspedes mais jovens, deitado em seu beliche ou escrevendo na cozinha tendo uma garrafa térmica por companhia. Rato não trabalha, mas acredita que a literatura ainda vai salvá-lo e tirá-lo dessa realidade inebriante.
Com extrema habilidade, Capucho descreve o ambiente, os personagens exóticos e a singeleza da mãe de Rato, que o sustenta e acho isso normal, a rotina de tédio e tesão do rapaz. Enquanto envolve o leitor, Capucho o conduz ao centro da teia, de onde se tem a impressão que Rato nunca vai conseguir escapar: o mundo quase irreal, de tão realista, da cabeça-de-porco. Conquistado pela narrativa, o leitor se surpreende pela agudeza da percepção, da visão de mundo de Rato, que mesmo em seu restrito universo vivido, percebe seu tempo com uma sensibilidade profunda e cortante."
Editora: Rocco
ISBN: 9788532521514
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 127
Acabamento: Brochura
Formato: Médio
terça-feira, 25 de março de 2008
O QUE TEM PRA HOJE
Hoje quase sofro um acidente de carro no meio desse trânsito maluco de São Paulo e que nem as autoridades conseguem dar uma resposta a altura. Pior do que o susto de ver o caminhão entrando na lateral do automóvel, foi ter que sair do carro para discutir, xingar, diante da ironia do caminhoneiro que parecia estar acostumado com esse tipo de acontecimento.
Na realidade, eu estava apenas como passageiro e o motorista do carro era o meu amigo de trabalho e foi ele, com toda a razão, que fez o escandalo com o caminhoneiro. Num determinado momento achei que haveria agressão física, fiquei sem saber o que fazer, pois o que menos sei é brigar.
O bom é que eu sou um cara muito espiritualizado e tenho por hábito ler três vezes seguidas o salmo 91, depois rezo um pai nosso e acho que isso me ajudou muito.
Não levava muita fé nesses rituais de ler salmos, mas confesso que depois que comecei a fazê-lo senti que as coisas facilitaram para mim. Pode até ser coisas da minha cabeça, talvez até da minha fé, mas o mais importante é que sinto a presença da proteção divina cada vez mais forte em mim.
Num outro momento, me dedicarei a falar sobre as minhas experiências com salmos.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Lya Luft
Não sou a areia
onde se desenha um par de asas
ou grades diante de uma janela.
Não sou apenas a pedra que rola
nas marés do mundo,
em cada praia renascendo outra.
Sou a orelha encostada na concha
da vida, sou construção e desmoronamento,
servo e senhor, e sou
mistério
A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.Extraído do livro "Perdas & Ganhos", Editora Record - Rio de Janeiro, 2003, pág. 12.
DA ESQUINA DA AVENIDA IPIRANGA COM A SÃO JOÃO, UMA COLHER DE PAU É TEMA.
Encontramos uma lanchonete na também famosa esquina da avenida Ipiranga com a São João. Não era aquele bar frequentado por bacanas e que tem nome de cerveja, mas a única lanchonete aberta que encontramos fica de frente a ele - são daquele tipo quebra galhos.
Eu pedi um café com leite e um salgado. Meu amigo uma coca-cola. Ele foi muito mais feliz no seu pedido.
Comiamos em silêncio, quando fomos surpreendidos por uma senhora que carregava uma sacola feita de estopas na mão, usava um saião cujo cumprimento ultrapassava os joelhos e um semblante muito característico das evangélicas pentecostais que eu costumo chamar de radicais, usando um certo eufemismo.
Ela parou ao nosso lado, apontou para um dos funcionários da lanchonete e esbravejo: "Foi vocês que mandou aquele menino de rua roubar minha colher de pau", um clima de constrangimento e susto tomou o lugar. Eu e meu amigo nos entreolhamos e continuamos a comer, querendo ignorar a cena.
Um homem que se portava como se fosse o segurança do local, pegou abruptamente no braço da mulher na tentativa de expulsá-la do local; "Me large seu preto feio". " Eu sei que foi o dono dessa lanchonete que mandou o menino de rua roubar minha colher de pau que eu paguei cinco real", "Foi cinco real a colher de pau, seus protetores de bandidos". A gritaria da mulher gerou ataques de riso na maioria dos que ali consumiam e também funcionários. Se divertiam e eu que de certa forma estava envolvido naquilo, não pude deixar de achar graça naquela cena inusitada. Mas para não me tornar tão igual aquelas pessoas que ironizavam a insanidade ou a normalidade da mulher, eu rapidamente falei para meu amigo pedir a conta. Pagamos e saimos. E mesmo assim, depois de nos distanciarmos, a alguns metros de distância, ainda era possível ouvir a revolta da mulher "Eu paguei cinco real pela colher de pau".
quinta-feira, 20 de março de 2008
PÁSCOA: A ALEGRIA DO MENINO E A MINHA VERGONHA
A alegria daquele menino diante do coelho branco de pelúcia, me surpreendeu de forma que passei a observá-lo nos seus pulos, gritos e cumprimentos. "Oi coelhinho". Ele devia ter uns quatro anos de idade e sua empolgação me contagiou de forma que passei a apreciá-lo em estado de graça. Ele deu vida ao tal coelho e de certa maneira a mim também.
Eu passo quase diariamente pelo boneco e nunca sequer lhe dei atenção, muito pelo contrário, faço como os demais adultos que já se libertaram dessas fantasias infantis de coelhinhos da páscoa e assim o ignoro.
O mundo dos adultos é severo com os coelhinhos da Páscoa, com os Papai Noeis. Por que será que nós achamos que esses seres maravilhados e encantados não existem e nos prendemos a uma realidade tão concreta? Disso não tenho a resposta ainda, mas fiquei feliz de ver o garoto naquela felicidade. Tanto que ao passar novamente pelo coelho que tem quase a minha altura, não pude ignorá-lo e antes de passar pelo caixa para pagar o café, não me contive e cumprimentei-o meio envergonhado: "Oi coelho, uma feliz páscoa".
segunda-feira, 17 de março de 2008
EU E OS CLÁSSICOS
Uma dedicação especial a Chopin: Este pianista e compositor que segundo a sua história tinha temperamento melancólico e sonhador, tem me trazido bons momentos audíveis através das suas peças. Principalmente a criticadíssima "Concerto para piano n°2", que tem fama de ser imperfeita. Mas é quase unânime o reconhecimento de que há passagens nele que são primorosos. E eu particularmente, não vejo nessa obra os signos melancólicos que muitos críticos lhe atribuem. Muito pelo contrário, percebo uma vivacidade nesse concerto que me faz refletir sobre o outro lado de Chopin. O sonhador.
E sonhar para mim é fundamental. Vejo no sonho a raiz de uma concretização.
sábado, 15 de março de 2008
VONTADE DE CRIAÇÃO
Quero criar algo novo, mas novo mesmo. Que seja totalmente inédito e que fuja das comparações do tipo:
- Bem, isso me lembra tal artista!
Não. Chega de sermos comparados, de termos influências e de bebermos em fontes. Eu quero minha fonte pura. Pura de mim, pura de tudo, pura de todos, para que ela seja a essência da criação. Da criatividade sem limites, sem estéticas, valores ou coisa e tal. A pureza da criação, é isso que quero e busco na minha vontade.
OS MAIS BELOS POEMAS QUE O AMOR INSPIROU
J. G. ARAUJO JORGE
Longe de ti, do mundo, - solitário,
sem o riso das falsas alegrias
vou desfiando, um a um, todos os dias,
como contas da dor, no meu rosário...
E assim, - sem ter ninguém, - oh! quantas vêzes!
- no amor que já deixei fico a pensar...
E as semanas se escoam sem parar:
a primeira...outra mais...mais outra...e os meses...
O outono já chegou, e as fôlhas solta...
E eu sem querer, nostálgico, me ponho
a pensar que êsse amor aos poucos volta...
Mentira!...Vâ mentira que me ilude!...
Como é triste a ilusão mesmo num sonho,
eu que na vida me iludir não pude!...
Extrai este lindo poema do livro " Os Mais Belos Poemas que o Amor Inspirou", do grande poeta J. G. de Araujo Jorge.
Livro este que descobri a pouquíssimo tempo e que tem me feito deleitar sobre a beleza poética da poesia simples, elegante e bem elaborada.
terça-feira, 4 de março de 2008
É TEMPO DE SER FELIZ
Os anos passam e nós temos o costume de dizer que vivemos intensamente cada minuto, mesmo quando estamos diante da tv ou do computador. Imagina!
Se eu contar todos os minutos, horas, dias, meses e anos em que me dediquei a ficar na solidão do meu quarto vivendo virtualmente, eles se resumem em quase nada considerando a intensidade com que tenho saído nos últimos dias.
Dá pra notar que estou feliz né? Eu já disse que é muito difícil escrever quando estamos num estado emocional de extrema alegria. A tristeza nos ajuda muito a desenvolver bons textos, enquanto que a felicidade nos tira o tempo de pensar na vida e apenas seguir vivendo.
Quero extravasar essa felicidade de forma que ela atinja o coração de todos vocês e que possamos numa voz unissono dizer " É TEMPO DE SER FELIZ"
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
FRASES QUE MACHUCAM!
Não consigo entender como os seres humanos, ou melhor, algumas espécies de seres humanos se dedicam a cuidar da vida que não lhes pertence, se incomodam com as atitudes das outras, as vezes penso até que não aceitam a felicidade e a alegria de quem vive fora dos paradigmas.
Eu sei que não devo me pautar pela opinião alheia, mesmo que seja de alguém que eu tenha algum apreço, mas num momento como esse que vivo agora, onde tenho tido várias demonstrações de carinho e que a alegria de viver está visivel em minha face, sou golpeado por um comentário maldoso e inescrupuloso por parte de alguém que sequer serve de espelho para me julgar, ou julgar quem quer que seja.
Mas isso, apesar de me entristecer um pouco e fazer com que eu use este espaço maravilhoso para desabafar e falar de coisas tão chata, com uma carga emotiva tão forte, não tirará minha certeza interior de que dia após dia estou vencendo uma guerra e de me orgulhar de ser este guerreiro que tenho sido até agora!
Me desculpem pela choradeira, mas tinha que desaguar esse sentimento em algo e aí não tive outra idéia senão correr para o computador. Bjão pra vocês!
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
UM RELATO DE UMA LAN HOUSE OU CIBER CAFÉ!
Por outro lado, tenho me atentado ao que essa garotada tem visto na internet. Pelo menos ao meu lado, há um jovem aparentando uns 16 anos, acessando o orkut e ouvindo um funk do momento que nada mais diz a não ser uma repetição da palavra créu! Ele está empolgadíssimo conversando com algumas garotas pelo messenger. Vejo que ele se diverte. Já do meu outro lado uma garotinha que não deve passar dos 12 anos também está no orkut respondendo seus recados acompanhada de um pacote de bolachas recheadas e com bastante dificuldade na digitação, parece até sofrer com esse monte de teclas com as letras fora de ordem e embaralhadas, chega a por a língua para fora como quem está numa tarefa árdua, mas não consigo ouvir o que ela ouve pelo fone.
Eu entre os dois estou. Escrevendo no blog e ouvindo Nina Simone. Meu Deus, será que envelheci tanto?
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
ANO NOVO, TUDO NOVO DE NOVO!
Um amigo muito especial me contou das suas metas estabelecidas e do que já foi conseguido por ele. Fiquei bastante entusiasmado em seguí-lo e até solicitei alguma ajuda para que eu seja firme no cumprimento delas. Eu sempre achei que a vida é casual e ocasional e que os planejamentos difícilmente se concretizam, justamente por conta da ocasionalidade que nos aparece.
Mas diante da realidade do meu amigo, resolvi mudar e vou sim planejar a minha vida para o ano de 2008 e é bem possível que vá bem mais longe e estabeleça metas para daqui dez anos, quando então eu completarei quarenta anos. Será uma boa experiência.
Voltando as previsões, sou bastante ligado a fé. Não sou monoteísta, mas sim acredito muito na força dos orixás e das energias que eles nos transmitem.
Vi no jornal nacional que esse ano é regido por Ogum, que segundo a crença, é o orixá que quebra demandas e abre caminho, ao mesmo tempo que na astrologia é regido por marte. Desse pouco sei por enquanto.
O que importa disso tudo é que canalizei toda minha esperança e fé na expectativas de novos trabalhos, de fortalecimento nos que já executo, que eu possa ganhar bastante dinheiro. Nada para ficar rico, mas o suficiente para levar a vida que gosto. E transporto essa energia a todos vocês leitores do meu querido blog.